A consolidação do Brasil como um dos líderes mundiais do agronegócio começa a ter o reconhecimento também de quem vive nos centros urbanos do país: 81,3% da população das grandes capitais brasileiras considera o agronegócio uma atividade "muito importante" para a economia nacional.
Esta foi a principal conclusão de uma pesquisa inédita encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e que teve o apoio do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM. O levantamento foi feito no início do ano nas 12 maiores capitais do país. Foram entrevistadas 600 pessoas de todas as classes sociais e níveis de escolaridade.
"A Percepção da População dos Grandes Centros Urbanos sobre o Agronegócio Brasileiro" foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília, Manaus, Belém, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre, e elaborada pelo Instituto de Pesquisa IPESO.
A pesquisa também mostrou que em regiões onde a atividade rural é mais intensa, o percentual de pessoas que classificam como muito importante o setor é ainda mais expressivo. No Centro Oeste, por exemplo, quase a totalidade dos entrevistados afirma é "muito importante" para a economia brasileira. Na região Sul, o percentual chegou a 90,1%, caindo para 81,8% no Norte, e para 75% no Nordeste. Já no Sudeste, o percentual ficou em 73,3%, o mais baixo. No Sudeste também nada menos que 58,5% dos pesquisados afirmaram que não conheciam o agronegócio, percentual bem acima da média nacional, que ficou em 40,4%. É a região onde a população é menos informada sobre o setor.
O presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, disse que o levantamento teve por objetivo aprimorar o nível de conhecimento e valorização da atividade agropecuária por quem vive nos grandes centros. Carvalho afirmou ainda que a informação sobre o Sudeste surpreendeu e que os dados da pesquisa serão repassados a todos os setores dentro da atividade. A Abag também deverá refletir como será o trabalho daqui para a frente
Para os participantes do estudo, o Brasil é considerado pela população das grandes cidades o país em que o agronegócio está mais desenvolvido, superando nações como Estados Unidos, Japão, China, entre outros. A pesquisa também mostrou que São Paulo e Goiás são os Estados onde o agronegócio está mais desenvolvido, na opinião dos moradores das grandes capitais. A profissão de agricultor é avaliada como muito importante por 83,8% dos brasileiros, perdendo para outras profissões como médico, professor e policial.
Comparado com outros setores da economia, o agronegócio situa-se numa posição muito semelhante à da construção civil, de grande gerador de empregos, mas com baixo índice de inovação tecnológica e de mecanização, conforme a visão dos entrevistados. Onze por cento deles também disseram ter grande interesse pelo agronegócio e 44,3% afirmaram não ter nenhum interesse. "É uma realidade distante dessas pessoas", disse José Luiz Tejon, coordenador do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM.
Além das capitais, levantamento idêntico foi realizado pela Abag na região de Ribeirão Preto (SP). Lá, constatou-se que a imagem do agronegócio foi associada também ao conceito de orgulho nacional e 93,6% dos entrevistados consideraram o setor "muito importante" para a economia nacional.
Na pesquisa, o agronegócio brasileiro foi associado ao desmatamento e ao consumo de água. Tejon disse que esse tema carece de um olhar profundo e de um trabalho de informação e educação.
Fonte: Valor Econômico
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