12
ago
2013
Plantio direto repensado
Escolha de culturas e de defensivos pode potencializar benefícios do sistema que usa a palhada como tapete
Cassiano Ribeiro
Quatro décadas depois de ter sido desvendado nos Campos Gerais, o Plantio Direto na Palha (PDP) entra numa nova fase. Se no passado as metas eram fazer evitar erosões e agilizar o plantio, hoje o PDP engloba um conjunto de práticas que o torna muito mais complexo e o consagra como tecnologia. Além da escolha das variedades de sementes, defensivos e maquinários, é preciso saber quais as culturas mais adequadas para rotação. Em cada decisão, torna-se possível potencializar o próprio sistema. O domínio dessa complexidade vem sendo apontado como o grande desafio atual.
O surgimento de pragas inesperadas nas últimas safras faz a pesquisa rever a maneira como é feita a rotação e a escolha dos produtos que entram no sistema. “É preciso pensar não somente na sucessão, mas em como evitar que uma cultura prejudique a outra. Quem só planta soja e trigo ou soja e milho acaba danificando o plantio direto”, ressalta o chefe de transferência de tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Amélio Dall´Agnol.
Mas, convencer um agricultor a mudar o planejamento das lavouras nem sempre é fácil, diz a professora de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Marluce Gonçalves Cortez. Ela trabalha com o controle de plantas invasoras, defesa fitossanitária e uso de herbicidas dentro do PDP. “O produtor aposta no que está rendendo lucro pra ele. Quando encontramos focos de problemas, a primeira orientação é para modificar a cultura, rotacionar com produtos diferentes.”
A consequência da repetição, afirma Marluce, é o esgotamento da terra. “Uma cultura retira do solo todo ano o que ela precisa, e isso precisa ser reposto. Caso contrário, aparecerão deficiências, como pragas inesperadas e de difícil controle.”
As regiões de clima quente e seco, que dispõem de menos palha, também desafiam a pesquisa. “O fundamento do PDP é ter palhada. Se não tiver cobertura de um resíduo de cultura anterior, pode ser feita uma cobertura plantada. Esse é o insumo básico do plantio direto, além plano de rotação de culturas”, diz um dos pais do PDP, Manoel Henrique “Nonô” Pereira.
“O plantio direto é a tecnologia que mais revolucionou o agronegócio brasileiro. Traz benefícios ambientais, com menos erosão e gás carbônico, e permite antecipar o cultivo após a colheita. Agora é possível avançar nesse sistema.”
Amélio Dall´agnol, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja.
Cassiano Ribeiro
Quatro décadas depois de ter sido desvendado nos Campos Gerais, o Plantio Direto na Palha (PDP) entra numa nova fase. Se no passado as metas eram fazer evitar erosões e agilizar o plantio, hoje o PDP engloba um conjunto de práticas que o torna muito mais complexo e o consagra como tecnologia. Além da escolha das variedades de sementes, defensivos e maquinários, é preciso saber quais as culturas mais adequadas para rotação. Em cada decisão, torna-se possível potencializar o próprio sistema. O domínio dessa complexidade vem sendo apontado como o grande desafio atual.
O surgimento de pragas inesperadas nas últimas safras faz a pesquisa rever a maneira como é feita a rotação e a escolha dos produtos que entram no sistema. “É preciso pensar não somente na sucessão, mas em como evitar que uma cultura prejudique a outra. Quem só planta soja e trigo ou soja e milho acaba danificando o plantio direto”, ressalta o chefe de transferência de tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Amélio Dall´Agnol.
Mas, convencer um agricultor a mudar o planejamento das lavouras nem sempre é fácil, diz a professora de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Marluce Gonçalves Cortez. Ela trabalha com o controle de plantas invasoras, defesa fitossanitária e uso de herbicidas dentro do PDP. “O produtor aposta no que está rendendo lucro pra ele. Quando encontramos focos de problemas, a primeira orientação é para modificar a cultura, rotacionar com produtos diferentes.”
A consequência da repetição, afirma Marluce, é o esgotamento da terra. “Uma cultura retira do solo todo ano o que ela precisa, e isso precisa ser reposto. Caso contrário, aparecerão deficiências, como pragas inesperadas e de difícil controle.”
As regiões de clima quente e seco, que dispõem de menos palha, também desafiam a pesquisa. “O fundamento do PDP é ter palhada. Se não tiver cobertura de um resíduo de cultura anterior, pode ser feita uma cobertura plantada. Esse é o insumo básico do plantio direto, além plano de rotação de culturas”, diz um dos pais do PDP, Manoel Henrique “Nonô” Pereira.
“O plantio direto é a tecnologia que mais revolucionou o agronegócio brasileiro. Traz benefícios ambientais, com menos erosão e gás carbônico, e permite antecipar o cultivo após a colheita. Agora é possível avançar nesse sistema.”
Amélio Dall´agnol, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja.
Fonte: Gazeta do Povo