Previsões climáticas sugerem que o plantio de soja em importantes regiões do Brasil possa ser atrasado devido às escassas chuvas após o fim do período de vazio sanitário em Estados como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A falta de chuvas ao longo dos próximos dez dias nestas três regiões, onde cerca de metade da soja brasileira é cultivada, irá atrasar o plantio neste ano na comparação com o ano passado, disse Marco Antonio dos Santos, fundador da consultoria Rural Clima.
Agrônomo especializado em meteorologia, ele disse em entrevista por telefone que isso pode não ser um problema, uma vez que o plantio de soja do ano passado aconteceu mais cedo que o normal no país.
“Não há motivo para alarme”, afirmou ele à Reuters.
Previsões da Somar Meteorologia também indicam chuvas isoladas nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil só nos últimos dez dias de setembro, um mês em que as precipitações ficarão abaixo da média histórica na maior parte do Brasil.
Para produtores do Paraná, as condições continuam muito desfavoráveis para iniciar o plantio, disse Santos. O mesmo se aplica a produtores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde o período de vazio sanitário acabará em 16 de setembro, mas os volumes e frequência das chuvas serão insuficientes para começar o cultivo por lá.
Além das chuvas, produtores aguardam o fim do período de vazio sanitário para a soja, uma medida usada para conter o avanço da doença da ferrugem da soja.
Tradicionalmente, a temporada de chuvas ocorre em meados de outubro e não há nada nos modelos que indique algo fora do normal, disse Santos.
O Brasil é o maior exportador mundial da oleaginosa, com o país provavelmente embarcando um recorde de 65 milhões de toneladas nos mercados de exportação em 2018, uma vez que a demanda chinesa continua forte, disse a Abiove na semana passada em sua primeira projeção para a nova safra.
A produção de soja do Brasil na próxima safra 2017/18 deverá alcançar 108,5 milhões de toneladas, segundo a Abiove.
Fonte: Reuters