25
abr
2011
Pico da soja passou, indica CBOT
Cotações mostram-se mais sustentáveis após queda de 6% e convencem analistas de que o teto da temporada ficou para trás
Luana Gomes
As melhores oportunidades para venda de soja na temporada 2010/11 ficaram para trás, segundo especialistas do mercado de commodities. Depois de avançarem ao maior patamar em 17 meses e romperem a barreira dos US$ 14 o bushel (27,2 quilos) em fevereiro, as cotações internacionais da oleaginosa voltaram a trabalhar na casa dos US$ 13 neste mês e, segundo os analistas, devem apenas se sustentar até junho.
Na quarta-feira (20), num dia de alta de dois dígitos, o primeiro contrato da soja foi a US$ 13,58 o bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), o equivalente a pouco menos de US$ 30 a saca de 60 quilos. O preço é 38% superior ao registrado nesta mesma época da safra passada, mas representa uma queda de 4% em abril e de 6% ante o pico de dois meses atrás (US$ 14,51/bu).
De acordo com os especialistas, o mercado tem encontrado dificuldades para continuar subindo quando se aproxima dos US$ 14, o que indica que o movimento de alta estaria perdendo o fôlego e que, por isso, o preço da soja já teria atingido seu teto. “As cotações devem continuar encontrando sustentação no mercado financeiro e na competição com o milho, mas não têm mais muito espaço para subir”, considera economista Gilda Bozza, analista do Departamento Técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
“É possível que o mercado tenha chegado ao limite. Há muita soja na América do Sul e, com a China cancelando e adiando compras, existem algumas dúvidas quanto à demanda”, avalia Jack Scoville, analista do Price Group, de Chicago Ele acrescenta que o clima úmido nos Estados Unidos, que atrasa o plantio do milho, alimenta especulações sobre um possível aumento no plantio de soja no país, o que seria negativo para as cotações.
“O mercado considera que, se continuar chovendo muito, não haverá tempo para plantar todo o milho planejado. Caso isso ocorra, essas áreas iriam para a soja, que pode ser semeada um pouco mais tarde”, completa Steve Cachia, analista da Cerealpar, de Curitiba. Ao contrário dos outros analistas, ele não descarta novas altas na soja. “Comparada ao milho e ao trigo, a soja é o elo mais fraco em Chicago no momento e, por isso, ainda tem espaço para subir.” Nos últimos 12 meses, os dois cereais acumulam valorização de, respectivamente, 106% e 62% na bolsa norte-americana.
Cotações domésticas
Levantamento divulgado na quarta-feira (20), pela Faep revela que, no Brasil, os preços internos seguem a mesma tendência internacional. No primeiro trimestre de 2011, as cotações domésticas da soja avançaram 32,4% na comparação com o mesmo período de 2010, enquanto as do milho subiram 54,9%. O trigo, que tem preço ligado à relação entre oferta e demanda no mercado doméstico, teve alta de apenas 7,1%.
Luana Gomes
As melhores oportunidades para venda de soja na temporada 2010/11 ficaram para trás, segundo especialistas do mercado de commodities. Depois de avançarem ao maior patamar em 17 meses e romperem a barreira dos US$ 14 o bushel (27,2 quilos) em fevereiro, as cotações internacionais da oleaginosa voltaram a trabalhar na casa dos US$ 13 neste mês e, segundo os analistas, devem apenas se sustentar até junho.
Na quarta-feira (20), num dia de alta de dois dígitos, o primeiro contrato da soja foi a US$ 13,58 o bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), o equivalente a pouco menos de US$ 30 a saca de 60 quilos. O preço é 38% superior ao registrado nesta mesma época da safra passada, mas representa uma queda de 4% em abril e de 6% ante o pico de dois meses atrás (US$ 14,51/bu).
De acordo com os especialistas, o mercado tem encontrado dificuldades para continuar subindo quando se aproxima dos US$ 14, o que indica que o movimento de alta estaria perdendo o fôlego e que, por isso, o preço da soja já teria atingido seu teto. “As cotações devem continuar encontrando sustentação no mercado financeiro e na competição com o milho, mas não têm mais muito espaço para subir”, considera economista Gilda Bozza, analista do Departamento Técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
“É possível que o mercado tenha chegado ao limite. Há muita soja na América do Sul e, com a China cancelando e adiando compras, existem algumas dúvidas quanto à demanda”, avalia Jack Scoville, analista do Price Group, de Chicago Ele acrescenta que o clima úmido nos Estados Unidos, que atrasa o plantio do milho, alimenta especulações sobre um possível aumento no plantio de soja no país, o que seria negativo para as cotações.
“O mercado considera que, se continuar chovendo muito, não haverá tempo para plantar todo o milho planejado. Caso isso ocorra, essas áreas iriam para a soja, que pode ser semeada um pouco mais tarde”, completa Steve Cachia, analista da Cerealpar, de Curitiba. Ao contrário dos outros analistas, ele não descarta novas altas na soja. “Comparada ao milho e ao trigo, a soja é o elo mais fraco em Chicago no momento e, por isso, ainda tem espaço para subir.” Nos últimos 12 meses, os dois cereais acumulam valorização de, respectivamente, 106% e 62% na bolsa norte-americana.
Cotações domésticas
Levantamento divulgado na quarta-feira (20), pela Faep revela que, no Brasil, os preços internos seguem a mesma tendência internacional. No primeiro trimestre de 2011, as cotações domésticas da soja avançaram 32,4% na comparação com o mesmo período de 2010, enquanto as do milho subiram 54,9%. O trigo, que tem preço ligado à relação entre oferta e demanda no mercado doméstico, teve alta de apenas 7,1%.
Fonte: Gazeta do Povo