20
jun
2013
Pesquisadores detalham ações para controle da Helicoverpa armigera
O grupo de pesquisadores da Embrapa formado para acompanhar e sugerir ações relacionadas ao controle da Helicoverpa armigera - praga exótica que está provocando estragos no Brasil, em plantações de algodão, soja e milho, principalmente - esteve reunido em Brasília (DF), durante os dias 12 e 13 de junho.

Durante a reunião, os pesquisadores trabalharam no texto das Instruções Normativas (INs) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que respaldarão os trabalhos de elaboração de um programa nacional de controle da Helicoverpa e da mosca branca, outra praga que, assim como a lagarta, traz danos à agricultura e prejuízos significativos aos produtores. O texto inicial das Instruções foi proposto pelo próprio Mapa, segundo modelo usual, e encaminhado à Embrapa para a inserção do conteúdo técnico necessário.

A elaboração do programa nacional de controle das pragas está a cargo de um Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Mapa por sugestão feita pela Embrapa em abril, quando a Empresa apresentou ao Ministério o documento “Ações Emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp” (link para o documento). Esse GT conta com a participação de profissionais de múltiplas disciplinas, de instituições públicas e privadas, empresas e fundações de pesquisa, universidades e representantes do setor produtivo. Entre seus membros estão os pesquisadores, indicados pela Diretoria-Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento, Sérgio Abud, da Embrapa Cerrados (Planaltina, GO), e Maria José Del Peloso, da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO).

As propostas de alterações nas resoluções normativas originais apresentadas pelo Mapa e trabalhadas pelos pesquisadores estão sendo agora submetidas à Diretoria-Executiva da Embrapa. Depois de aprovadas internamente, serão levadas ao Ministério quando da próxima reunião do GT, prevista para o dia 21 de junho.

MIP Operativo

Além das discussões em torno das instruções normativas, da sua revisão e inserção de conteúdo técnico, os pesquisadores reunidos detalharam as ações previstas no documento “Ações Emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp”. Esse detalhamento – reunido em outro documento chamado pelo grupo de MIP (Manejo Integrado de Pragas) Operativo – aprofunda as estratégias de manejo, sugeridas no primeiro documento entregue ao Mapa, necessárias para a implementação do programa nacional de controle das pragas.

“Nosso grupo, formado por profissionais de várias Unidades da Empresa, está extremamente unido e mobilizado, ciente da necessidade de darmos respostas aos produtores e à sociedade”, diz Paulo Galerani, assessor da Diretoria-Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento. Segundo ele, o grupo tem discutido de forma bastante produtiva. “Foi assim em abril, quando foi elaborado o documento sugerindo as ações emergenciais, e foi assim na semana passada”, conclui.



Grupo Consultivo

Ainda durante a reunião dos dias 12 e 13 de junho, um Grupo Consultivo da Embrapa foi formado. Esse novo grupo agregará e atenderá todas as demandas institucionais referentes ao MIP lagartas e mosca branca. É que as Unidades, desde o ano passado, estão trabalhando junto aos produtores em ações de controle a pragas. Mas a Embrapa quer, agora, que os atendimentos às demandas ocorram de forma menos isolada. “O que estamos fazendo agora é promover uma atuação organizada de todas as Unidades, para trabalharmos institucionalmente, no Brasil todo, nos moldes do que estamos fazendo com a ferrugem da soja”, ressalta Galerani.

O Programa Nacional de Manejo de lagartas e mosca branca prevê a formação de um outro Grupo consultivo envolvendo, além dos profissionais da Embrapa, consultores de universidades e de outros institutos, que participaram das primeiras reuniões e que já estão em atividade no Oeste da Bahia, local de alta incidência das pragas.

A preparação de palestras sobre MIP de lagartas, que inclui a Helicoverpa e outras lagartas de importância econômica e de mosca branca, a serem utilizadas em treinamentos em todo Brasil e a criação de um hot site sobre MIP, no qual deverá ser disponibilizado um sistema de alerta para acompanhar a ocorrência das pragas em todo Brasil, nos moldes do sistema de alerta da ferrugem da soja, em operação há vários anos, também foram assuntos discutidos.

Sobre prejuízos

Dois bilhões de reais é o valor estimado de perdas e custos de controle no Brasil nas últimas duas safras de algodão, milho e soja provocados por lagartas especialmente do gênero Helicoverpa. E uma dessas lagartas é a Helicoverpa armigera. É uma praga exótica até pouco tempo sem registro de ocorrência no Brasil e regulamentada como quarentenária A1. Pragas quarentenárias A1, além de não presentes no País, são consideradas de alto risco como potenciais causadoras de importantes danos econômicos. Na região do Cerrado, a ocorrência de lagartas do gênero Helicoverpa foi detectada em fevereiro de 2012 em níveis nunca antes registrados. Os danos não se limitaram a soja, algodão e milho. A praga também atingiu plantações de feijão comum, caupi, milheto e sorgo.

A Helicoverpa armigera foi identificada pela primeira vez pela equipe de pesquisadores da Embrapa Cerrados, Silvana Moraes e Alexandre Specht, e da Embrapa Soja (Londrina, PR), Daniel Ricardo Sosa-Gomez, em fevereiro de 2013. A identificação da praga é muito importante por permitir ações específicas de controle.

Em abril deste ano, uma equipe de 30 entomologistas da Embrapa reuniu-se com representantes de produtores e instituições ligadas ao setor produtivo. Foi quando elaboraram o documento “Ações Emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp”., entregue ao Mapa. Esse documento sugeria a formação do GT, hoje instituído e incumbido de elaborar o programa nacional de controle de lagartas e de mosca-branca.


Fonte: Agrolink com informações de assessoria

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