Pesquisadores identificaram em todas regiões de Mato Grosso do Sul incidências da lagarta Helicoverpa armigera, conhecida por seu alto potencial destrutivo. Do total de 331 mariposas coletadas nas lavouras do Estado para o estudo, 277 foram qualificadas como Helicoverpa armigera, o equivalente a 83,7%. O maior número de ocorrências foi registrado na região Norte do Estado, em municípios produtores de algodão. As informações foram divulgadas durante o workshop Mapa da Helicoverpa, nesta quinta-feira (25), no Sindicato Rural de Dourados. A atividade integra a programação do programa Soja Brasil, que percorre os maiores estados produtores da oleaginosa levando informação aos produtores e é promovido pela Aprosoja Brasil e Canal Rural.
Representantes da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Fundação MS e Fundação Chapadão viajaram por 32 municípios do Estado, reunindo informações em 189 propriedades. As mariposas foram coletadas em lavouras de soja, milho, algodão e outras culturas, levando em consideração que a lagarta Helicoverpa se alimenta de 300 diferentes culturas. “A lagarta de espécie armigera teve maiores registros em lavouras de algodão, certamente pelo ciclo ser maior que a soja e milho, o que dá mais tempo para sua reprodução e proliferação”, justificou o pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli, que apresentou os primeiros resultados do estudo.
De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo é fácil confundir a Helicoverpa armigera com outras duas lagartas, por isso as coletas foram encaminhadas para laboratórios do Rio Grande do Sul, para identificação da espécie. Foram 380 mil hectares pesquisados e ainda assim a população de pragas foi considerada baixa, sem grande danos para a produção.
Apesar de concentrar cerca de 70% da produção de soja do Estado, a região Centro Sul teve incidências baixas e médias, exceto pelo município de Sidrolândia, onde as armadilhas coletaram mais de três mariposas cada. “Para esta safra de soja que se inicia a estratégia é o monitoramento constante das lavouras pelo produtor rural, manejo correto e utilização correta dos defensivos agrícolas”, destaca o presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja de MS, Mauricio Saito. O dirigente acredita às baixas precificações reflitam na produção de soja safrinha no Estado e que na no ciclo que se inicia os produtores terão maior atenção quanto a questão fitossanitária.
Água Clara, Camapuã, Chapadão do Sul, Costa Rica, Paraíso das Águas, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Sonora foram os municípios com maiores ocorrências da Helicoverpa armigera. Já os municípios de fronteira e outros grandes produtores como Amambai, Aral Moreira, Bela Vista, Cassilândia, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Itaporã, Jardim, Maracaju e Ponta Porã registraram os menores índices da lagarta, menos de 0,5 de mariposas por armadilha por semana. Antônio João, Bandeirantes, Bonito, Caarapó, Laguna Carapã, Naviraí e Rio Brilhante foram enquadrados no nível intermediário de infestações.
Grigolli, que apresentou os resultados dessa primeira fase do estudo, afirmou que a próxima fase será durante a safra 2014/15, com mais coletas de pragas e elaboração de estratégias de manejos regionais. “O próximo passo é traçar ações voltadas para cada região, levando em consideração sua infestação, a resistência da lagarta quanto aos defensivos e a necessidade de alternar diferentes culturas para o controle da praga”, ressaltou o pesquisador da Fundação MS.
O desenvolvimento da pesquisa teve apoio da Aprosoja/MS, Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e recursos da Seprotur – Secretaria de Estado de Produção e Turismo de MS.
Fonte: Cultivar
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