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out
2013
Pesquisa confirma inimigos naturais atuando contra a Helicoverpa armigera
Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para acompanhamento da evolução da Helicoverpa armigera no campo mostra que inimigos naturais estão agindo no controle da nova praga. A constatação ocorreu após os pesquisadores iniciarem os trabalhos de pesquisa para conhecer melhor o comportamento da lagarta na cultura da soja e realizar coletas para mapear a ocorrência e aumentar a sua criação para fins científicos.

Parte das lagartas coletadas, suspeitas de serem a Helicoverpa armigera, estavam infectadas por nematoides ou atacadas por parasitoides. “A presença desses inimigos naturais, tanto dos nematoides como dos parasitoides, é muito importante para o equilíbrio da lavoura, à medida que a safra vai se desenvolvendo, pois com um manejo adequado, a tendência é das populações de inimigos naturais crescerem”, explica a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann-Campo, da Embrapa Soja. “É por isso que estamos reforçando a orientação para que o produtor monitore suas lavouras, tenha critérios para a decisão de controle e não aplique inseticidas indiscriminadamente sejam eles biológicos ou químicos”, reforça a pesquisadora.

O levantamento mostrou que em algumas regiões, como Mauá da Serra, no Norte do Paraná, cerca de 30% das lagartas coletadas estavam infectadas por nematoides, mas um nematoide do bem. “Em algum momento, que ainda não sabemos exatamente como funciona, a lagarta é infectada por esse nematoide, que não é o mesmo que ataca as raízes das plantas”, explica a pesquisadora. Na região de Roncandor, a proporção de lagartas infectadas pode ser ainda maior. “Isso nos alerta para a importância de um bom manejo na fase inicial da cultura da soja, para que esses inimigos naturais sejam preservados e mantidos vivos no campo”, completa. Os pesquisadores da Embrapa são cautelosos em relação ao desenvolvimento da safra e garantem que, sem a ação dos inimigos naturais, a situação pode ser muito pior no campo. “Nas áreas onde há um desequilíbrio, a ocorrência de pragas é muito maior, por isso a existência de inimigos naturais é importante e sua preservação é essencial, pois ajuda a manter as populações de pragas abaixo do nível de ação e retarda a ocorrência de resistência da praga a produtos químicos”, aponta a pesquisadora.

Os parasitoides encontrados são principalmente moscas da família Tachinidae, que se desenvolvem no interior da lagarta e, ao completar seu desenvolvimento, matam o inseto promovendo um controle natural da praga. “Encontramos de 1 a 4 parasitoides por lagarta, o que indica potencial multiplicador deste inimigo natural no campo”, detalha. Esses parasitoides observados no laboratório já são bem conhecidos dos pesquisadores. Eles prestam o mesmo serviço ambiental atacando outras espécies de lagartas, como a Anticarsia e aSpodoptera.

De acordo com Clara Beatriz, é muito importante ter uma mudança de paradigma em relação ao controle de pragas na agricultura. “É necessário rever as estratégias de controle e ter uma visão mais ampliada do sistema de produção. Temos assistido pragas migrarem de uma cultura para outra, índices crescentes de insetos com resistência a produtos químicos, pragas secundárias se tornando um problema crítico. Não há outro caminho a não ser uma mudança profunda de postura. O controle de pragas tem que ser feito a partir de recomendações do manejo de integrado de pragas, ou seja, a partir do monitoramento e da evolução de sua ocorrência e, nunca, de forma calendarizada”, alerta.

Para auxiliar técnicos e produtores a relembrar as estratégias do MIP-Soja, a Embrapa Soja disponibilizou um folder em linguagem didática com as principais dicas, além de outras publicações. O conteúdo está disponível no endereço www.embrapa.br/helicoverpa-soja, no ícone publicações.

Fonte: Cultivar
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