29
set
2011
Pesquisa busca ajustar adubação nitrogenada do trigo no Paraná
Diante da necessidade de maximizar a eficiência no uso de fertilizantes nitrogenados para a cultura do trigo e melhorar a qualidade da farinha, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou estudos na safra 2011 para propor alterações na recomendação de adubação para o Paraná. A primeira etapa do trabalho foi a montagem de ensaios a campo, na safra 2011, em Londrina e Ponta Grossa, que representam macrorregiões de grande expressão de trigo do Estado.

“Nosso objetivo é aprimorar a recomendação de adubação nitrogenada existente para o trigo, já que a recomendação vigente foi elaborada entre as décadas de 80 e 90”, afirma o pesquisador José Salvador Folini, da Embrapa Soja. “Entre as principais mudanças que observamos estão: o aumento do potencial produtivo das cultivares disponíveis no mercado e a entrada de novas fontes de adubo”, explica.

Segundo Foloni, a recomendação de adubação nitrogenada do trigo orienta para o parcelamento da aplicação, sendo parte na semeadura e o restante em cobertura. “Queremos verificar se é possível substituir ou até mesmo reduzir a dose de aplicação em cobertura e aumentar a dose de N na semeadura”, diz o pesquisador. “Neste caso, estamos testando fontes de liberação mais lenta de N , para evitar que o excesso do nutriente nos sulcos de semeadura provoque injúrias às plantas no seu desenvolvimento inicial”, comenta.

Outro ponto que pretende ser analisado é que atualmente as doses de adubo nitrogenado no Paraná são propostas em função das culturas antecessoras (soja ou milho). Nos casos de cultivo de trigo em sucessão à soja, recomenda-se aplicar, na semeadura, entre 10 e 30 kg de N por hectare e entre 30 e 60, na cobertura. Se o milho foi a cultura anterior, recomenda-se a aplicação entre 25 e 50 Kg/N na semeadura e entre 30 e 90 kg de N por hectare, na cobertura.

“Percebemos que hoje a adubação é pautada em função apenas das culturas antecessoras, mas não há um ajuste de doses para o nível de produtividade esperada, a tecnologia empregada, especificidades da região produtora e clima. Por isso, sentimos necessidade de refinar este conhecimento”, coloca Foloni.

Também compõe o estudo da Embrapa avaliar a interação existente entre adubação nitrogenada e qualidade de farinha do trigo. O potencial genético das cultivares é maior, por isso as plantas podem aproveitar melhor a disponibilidade dos nutrientes via adubação . “Especula-se muito atualmente se a adubação nitrogenada pode melhorar a qualidade protéica dos grãos de trigo, e por consequência, conferir melhor qualidade para a farinha”, explica.

Texto: Lebna Landgraf
Fonte: Embrapa Soja

 

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