12
ago
2014
Pauta agroeconômica - por Giovani Ferreira
Com participação de 14,4% nos embarques, a soja sustenta a liderança e amplia a dianteira no ranking nacional das exportações em 2014. No acumulado de janeiro a julho, segue à frente de minério de ferro e petróleo bruto. A presença do agronegócio, no entanto, vai muito além da oleaginosa. Sete entre os dez primeiros produtos da pauta no período pertencem ao universo agro. Em receita, eles somaram US$ 40,7 bilhões do total de US$ 68,6 bilhões do grupo de elite que encabeça o comércio internacional brasileiro.
Quando ampliamos a análise para as 20 posições de destaque, apenas cinco listam outros setores, em um universo que amplia ainda mais a referência do segmento nas divisas comerciais do país. Dos US$ 79,8 bilhões negociados pelo Brasil no período nesse grupo, US$ 49 bilhões têm base agrícola ou pecuária. São produtos primários ou derivados que têm sustentado a balança comercial e segurado o Produto Interno Bruto (PIB) no lado azul. Pelo menos por enquanto, porque a considerar o momento de estagnação da economia, talvez nem mesmo o desempenho positivo do campo seja capaz de evitar uma possível retração da economia nacional.
Até porque, o segundo semestre também não está sendo dos melhores para a economia agrícola. A oferta maior que a demanda desenha uma conjuntura mundial pouco favorável em relação ao resultado dos últimos anos. O cenário pressiona as cotações, reduz as margens e compromete a renda de commodities como soja, milho e açúcar, alguns dos principais ativos do nosso agronegócio e que no momento experimentam queda brusca de preço e rentabilidade. De qualquer forma, com presença maior e crescente nas relações de comércio internacional do Brasil.
Em porcentual de participação, o período analisado aponta que 59% das receitas vêm do agro. Isso nas dez primeiras posições. Porque quando consideramos as 20 primeiras colocações, a concentração é ainda maior e vai a 61%. Nas exportações totais, que consideram a pauta como um todo, o valor até julho soma US$ 133 bilhões, sendo 37% provenientes do agronegócio. No ano passado, mais de 40% dos embarques vieram dessa fonte. No Paraná, cuja base da economia está no campo, mais de 70% de tudo o que foi exportado foram de cadeias produtivas da agricultura, pecuária ou então florestal. O estado produz e exporta 15 dos 15 produtos listados entre os 20 mais exportados em 2014.
O cenário então é de vocação e oportunidade ao agronegócio. Mas não podemos ignorar o risco à economia, cada vez mais dependente de um único segmento. Um setor relevante, que vem respondendo à necessidade de se promover renda e divisas ao setor produtivo brasileiro. Ainda assim, uma dependência cruel e perigosa, a julgar as variáveis extremas que impactam o setor, como clima e mercado internacional. Além de ser uma economia a céu aberto, da formação de preço ao consumo, está diretamente atrelada ao ambiente globalizado.
Produzimos muito além da demanda doméstica. Exportar, portanto, não é opção, mas condição à atividade. O desafio então é diversificar a pauta geral e agregar valor à pauta principal, no caso, a do agronegócio. Dos pouco mais de US$ 40 bilhões que os 15 produtos agro mais bem colocados embarcaram este ano, quase US$ 25 bilhões foram de produtos primários, sem nenhuma transformação, que foi o caso da soja, café, milho e fumo.
O bom exemplo vem das carnes (bovinos, suínos e aves), que obtiveram receita cambial próxima de US$ 8 bilhões. Aliás, esse é o caminho. As carnes nada mais são do que grãos, convertidos em proteína animal, mas com alto valor agregado.
Quando ampliamos a análise para as 20 posições de destaque, apenas cinco listam outros setores, em um universo que amplia ainda mais a referência do segmento nas divisas comerciais do país. Dos US$ 79,8 bilhões negociados pelo Brasil no período nesse grupo, US$ 49 bilhões têm base agrícola ou pecuária. São produtos primários ou derivados que têm sustentado a balança comercial e segurado o Produto Interno Bruto (PIB) no lado azul. Pelo menos por enquanto, porque a considerar o momento de estagnação da economia, talvez nem mesmo o desempenho positivo do campo seja capaz de evitar uma possível retração da economia nacional.
Até porque, o segundo semestre também não está sendo dos melhores para a economia agrícola. A oferta maior que a demanda desenha uma conjuntura mundial pouco favorável em relação ao resultado dos últimos anos. O cenário pressiona as cotações, reduz as margens e compromete a renda de commodities como soja, milho e açúcar, alguns dos principais ativos do nosso agronegócio e que no momento experimentam queda brusca de preço e rentabilidade. De qualquer forma, com presença maior e crescente nas relações de comércio internacional do Brasil.
Em porcentual de participação, o período analisado aponta que 59% das receitas vêm do agro. Isso nas dez primeiras posições. Porque quando consideramos as 20 primeiras colocações, a concentração é ainda maior e vai a 61%. Nas exportações totais, que consideram a pauta como um todo, o valor até julho soma US$ 133 bilhões, sendo 37% provenientes do agronegócio. No ano passado, mais de 40% dos embarques vieram dessa fonte. No Paraná, cuja base da economia está no campo, mais de 70% de tudo o que foi exportado foram de cadeias produtivas da agricultura, pecuária ou então florestal. O estado produz e exporta 15 dos 15 produtos listados entre os 20 mais exportados em 2014.
O cenário então é de vocação e oportunidade ao agronegócio. Mas não podemos ignorar o risco à economia, cada vez mais dependente de um único segmento. Um setor relevante, que vem respondendo à necessidade de se promover renda e divisas ao setor produtivo brasileiro. Ainda assim, uma dependência cruel e perigosa, a julgar as variáveis extremas que impactam o setor, como clima e mercado internacional. Além de ser uma economia a céu aberto, da formação de preço ao consumo, está diretamente atrelada ao ambiente globalizado.
Produzimos muito além da demanda doméstica. Exportar, portanto, não é opção, mas condição à atividade. O desafio então é diversificar a pauta geral e agregar valor à pauta principal, no caso, a do agronegócio. Dos pouco mais de US$ 40 bilhões que os 15 produtos agro mais bem colocados embarcaram este ano, quase US$ 25 bilhões foram de produtos primários, sem nenhuma transformação, que foi o caso da soja, café, milho e fumo.
O bom exemplo vem das carnes (bovinos, suínos e aves), que obtiveram receita cambial próxima de US$ 8 bilhões. Aliás, esse é o caminho. As carnes nada mais são do que grãos, convertidos em proteína animal, mas com alto valor agregado.
Fonte: Gazeta do Povo Online