A safra de soja 2020/21 do Paraná deverá atingir 20,39 milhões de toneladas, disse nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), mantendo sua projeção praticamente estável em relação aos 20,38 milhões de toneladas estimados em relatório de dezembro.
O volume representaria queda de 2% na comparação anual, segundo o órgão estadual, que ainda fez um alerta devido ao excesso de chuvas que tem acometido a região e pode acarretar maior incidência de doenças causadas pela umidade, aumentando gastos para os produtores.
“Nos próximos relatórios, existe a possibilidade de a gente fazer alguma alteração, seja em produtividade ou seja em qualidade, em decorrência desse excesso de chuvas”, disse à Reuters o economista Marcelo Garrido, do Deral.
Nos últimos 15 dias, algumas regiões do Paraná acumularam cerca de 200 milímetros de chuvas, de acordo com dados da Refinitiv, superando de forma acentuada o volume da média histórica para o período.
“De momento a gente ainda não tem como falar numa redução de produtividade ou até mesmo no quanto uma redução de qualidade pode afetar, porque ainda é muito cedo, mas nos próximos relatórios... a gente deve ter alguma outra informação”, acrescentou.
O Deral também publicou sua estimativa inicial para a segunda safra de soja do Paraná 2020/21, vista em 107,6 mil toneladas, versus 89,5 mil toneladas na temporada anterior.
O aumento na produção em comparação anual decorre de uma maior produtividade, projetada em 2.778 quilos por hectare, já que a área plantada deve apurar recuo de 2%, para 38,8 mil hectares.
MILHO
Para o milho 2020/21, o órgão ligado ao governo paranaense projetou a primeira safra em 3,36 milhões de toneladas, recuo de 6% no ano a ano. No mês passado, a safra de verão era vista em 3,39 milhões de toneladas.
Já a chamada “safrinha” de milho, a principal do cereal, deverá alcançar 13,58 milhões de toneladas, versus estimativa de 13,43 milhões de toneladas em dezembro, com alta de 14% em relação ao ano anterior.
O Deral elevou sua previsão para o rendimento da segunda safra a 5.742 quilos por hectare, contra 5.735 quilos/hectare no mês passado, enquanto a área de cultivo do milho “safrinha” passou a 2,36 milhões de hectares, alta anual de 2%.
Segundo o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, as intenções de plantio do cereal subiram “ao máximo” diante dos preços recordes, mas “ainda não é possível cravar que vai ser efetivado”.
O indicador do milho Esalq/BM&FBovespa fechou a quarta-feira em 83,83 reais por saca, próximo do recorde real de 87,35 reais batido em novembro de 2007, devido à disponibilidade restrita e à elevada paridade de exportação.
“Neste momento o maior problema está na janela de plantio, pois o atraso da soja vai impactar e concentrar o plantio. Pode ocorrer em algumas situações inviabilizar o plantio, pois o risco será muito grande”, afirmou Gervásio.
O milho plantado mais tarde no Paraná pode ficar mais suscetível aos riscos de geadas, o que eleva os riscos de produtores.
O Paraná é o segundo maior produtor de soja e milho do Brasil, atrás somente de Mato Grosso.
Fonte: Agrolink
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