27
out
2011
Paraná se volta para a soja e o frango
Pesquisas do IBGE mostram que o estado elevou a produtividade agrícola e ampliou o plantel de aves para garantir maior renda em 2010

José Rocher

A diversificação das atividades rurais tem sido a estratégia mais defendida para ampliação da renda de pequenas e médias propriedades, que prodominam no Paraná. No entanto, uma outra tendência, de força comparável, está tornando o estado especialista em soja e frango e fazendo a diferença na arrecadação da agropecuária, mostram as duas pesquisas divulgadas ontem (26), em Curitiba, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a primeira vez que a publicação dos números nacionais da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) e da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) ocorreu no Paraná. Os dados são referentes a 2010 e oferecem um retrato da produção de cada município. De forma geral, mostram que a arrecadação da agricultura (da porteira para dentro) cresceu 8,9% na comparação com 2009, atingindo R$ 154 bilhões no país. Na pecuária, a informação mais significativa é a ampliação do rebanho bovino em 2,1%, para 209 milhões de cabeças.

Porém, são os detalhes da PAM e da PPM que revelam as tendências regionais. Num ano em que a renda da produção nacional de soja caiu 1,6% (para R$ 37,38 bilhões), o Paraná colheu 49,9% a mais (14 milhões de toneladas) e garantiu R$ 7,69 bilhões com a oleaginosa. Alcançou média de 3.146 quilos por hectare na colheita de 2010 – 199 kg além da média nacional e 63 kg a mais que o segundo colocado, Mato Grosso do Sul. Mesmo com a recuperação paranaense, registrada após um ano de seca, Mato Grosso seguiu na liderança em volume, com 18 milhões de toneladas (3.017 quilos por hectare) e R$ 9,73 bilhões.

Não à toa, o Paraná ultrapassou o Rio Grando do Sul e se tornou o segundo estado com maior Valor Bruto da Produção Agrícola, atrás apenas de São Paulo. Os agricultores gaúchos arrecadaram 12,%, os paranaenses 12,9% (R$ 19,85 bilhões) e os paulistas, por sua vez, 18,2% do total de R$ 154 bilhões. A produtividade da soja deu “peso” à produção diversificada.

Na pecuária, o Paraná reduziu o rebanho bovino de 9,56 para 9,41 milhões de cabeças (-1,6%), mas ampliou o de frangos de 229,71 para 242,08 milhões (+5,4%), consolidando-se como o maior produtor nacional de aves. A vantagem sobre Santa Catarina – segundo maior produtor de frango – passou de 41% para 53%.

Segundo o coordenador de pesquisas agropecuárias do IBGE, Flávio Bolliger, o Paraná segue na contratendência ao reduzir a criação bovina. O secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, afirmou que a expectativa é que o rebanho volte a crescer nos próximos anos em confinamento e semiconfinamento.

A diversificação da produção no estado se apoia na produção de leite, que aumentou 7% de 2009 para 2010, alcançando 3,6 bilhões de litros, conforme o IBGE. Castro, nos Campos Gerais, continua sendo o maior produtor nacional. Com 5,6% de aumento, o volume nacional chegou a 30,7 bilhões de litros.

Fonte: Gazeta do Povo
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