O Paraná deverá apresentar um aumento de 11 por cento na produção de soja na temporada 2016/17, para um novo recorde de 18,3 milhões de toneladas, apesar de um recuo na área plantada ante 2015/16 em função de um forte crescimento do plantio do milho, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.
"Isso por causa do preço, o milho está com preço na faixa de 35 reais", afirmou o economista do Deral, Marcelo Garrido, referindo-se a uma alta média do milho de cerca de 60 por cento no ano ante 2015, que levou parte dos produtores a apostar no cereal em detrimento da soja.
Os preços do milho operaram em níveis recordes em 2016, apertando as margens das agroindústrias de carnes, devido a uma quebra acentuada de safra de inverno, após fortes exportações no início do ano.
Apesar da alta de 17 por cento na área plantada de milho na temporada de verão, para 484,9 mil hectares, isso basicamente colaborou para uma queda de 1 por cento na soja, para 5,24 milhões de hectares, de acordo com a primeira estimativa do Deral para 2016/17. A área de feijão primeira safra também cresceu 7 por cento, para aproximadamente 197 mil hectares.
Nos últimos anos, produtores no Paraná estão deixando para produzir mais milho na segunda safra, colhida no inverno, privilegiando na safra de verão a soja, considerada um produto com maior liquidez --o Brasil é o maior exportador global da oleaginosa.
Se o Paraná fosse um país, seria o quinto produtor global de soja, atrás de Estados Unidos, Brasil, Argentina, considerando também hipoteticamente a produção do Estado de Mato Grosso como a quarta maior do mundo. A ser confirmada a estimativa do Deral, o Paraná produzirá o dobro do Paraguai e mais do que a China.
A produção paranaense de soja 2016/2017 cresceria fortemente, apesar da redução de área, com uma recuperação nas produtividades, projetadas para avançar 12 por cento, para 3.491 kg/ha, em média, após perdas na temporada anterior pelo excesso de chuvas.
Já a produtividade do milho verão está projetada para avançar 9 por cento, para 8.742 kg/ha. A safra do cereal, dessa forma, foi projetada em 4,24 milhões de toneladas, ante 3,3 milhões de toneladas em 2015/16.