O relatório mostra ainda o encerramento da colheita dos cereais de inverno da safra 2019/2020, com volume de produção estimado em 3,76 milhões de toneladas, uma variação positiva de 37% em relação ao ano anterior, que se deve principalmente ao desempenho do trigo, com 3,05 milhões de toneladas, e à produção de aveias.
“Com isso, a safra total de grãos do Paraná no ciclo 2019/2020 soma 40,57 milhões de toneladas, volume 13% maior do que na safra anterior”, diz o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
A nova avaliação da safra 20/21 mostra uma manutenção da estimativa da área a ser cultivada, com um crescimento de 2% na área de soja, que deve somar 5,56 milhões de hectares. “Neste relatório, ainda não é possível identificar os efeitos do atraso no plantio de algumas culturas devido ao clima seco, mas tanto a semeadura do milho quando a da soja estão praticamente encerradas”, afirma o chefe do Deral, Salatiel Turra.
Segundo Norberto Ortigara, os números mostram que pode ocorrer atraso na colheita da soja e na semeadura da segunda-safra de milho, tão importante para a segurança do abastecimento do Brasil para honrar contratos internacionais e acima de tudo para garantir o abastecimento das cadeias do leite, frango, suínos e do peixe. “Um movimento semelhante acontece em outros estados e, com o clima instável, os produtores estão em alerta”.
SOJA – Estima-se que o plantio da soja se encerre no Paraná nos próximos dias. Até agora, cerca de 97% da área está plantada. Embora algumas regiões tenham enfrentado problemas com o clima seco, o desempenho da semeadura está próximo da média dos últimos anos, quando o índice era de aproximadamente 98% no mesmo período, já que o clima registrado no início do plantio era semelhante ao deste ano.
Enquanto no ano passado o Paraná teve chuvas um pouco mais regulares, agora a seca é mais rigorosa. Assim, embora a safra de soja 20/21 possa ter bons resultados, não repetirá o recorde da safra 19/20. “As chuvas em outubro e novembro foram importantes para a cultura e deram condições para o produtor dar continuidade ao plantio, mas ainda não foram suficientes para garantir a safra até o fim”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido.
Os produtores estão atentos para as condições do clima. Em alguns núcleos regionais, se o clima não melhorar há tendência de redução de produtividade. Até o momento, 72% das lavouras de soja estão em condições boas e 24% médias. “Se as condições climáticas se regularizarem, podemos ter recuperação das lavouras”, acrescenta o economista.
Os preços são o ponto positivo para esta safra. Na última semana, a saca de 60 kg de soja foi comercializada por R$ 147,00, um aumento de quase 90% com relação ao ano passado, quando o preço era de aproximadamente R$ 77,00. Até agora, cerca de 42% da safra de soja está comercializada, impulsionada pela alta do dólar frente ao real. No mesmo período do ano passado, por exemplo, o índice de comercialização era de 22%.
Segundo o Deral, os produtores de algumas regiões do Estado estão fazendo replantio. Em outras, esta prática não está sendo adotada devido ao custo - especialmente com as condições climáticas desfavoráveis –, e para não comprometer o plantio da segunda safra de milho.
MILHO PRIMEIRA SAFRA – Na avaliação do Deral, as condições da primeira safra de milho estão razoáveis e os preços estão remunerando bem os produtores. A área é semelhante à da safra passada, somando 355,5 mil hectares, e a produção estimada é de 3,4 milhões de toneladas.
Assim como a soja, o milho pode sofrer impactos em função do clima seco. Mesmo assim, as principais regiões produtoras, como Ponta Grossa, Curitiba e Guarapuava, podem ter bons resultados. Até agora, as condições das lavouras são 77% boas. “É preciso aguardar a evolução do ciclo nas próximas semanas. A irregularidade da safra pode comprometer a expectativa de produção, mas o mercado nacional deve ser bem abastecido”, analisa o técnico do Deral Edmar Gervásio. A primeira safra no Brasil pode chegar a 27 milhões de toneladas, o que pode pressionar os preços. Nesta semana, a saca de 60 kg é comercializada por aproximadamente R$ 68,00.
FEIJÃO – O relatório do Deral indica que as lavouras de feijão onde o plantio aconteceu mais tarde têm um bom desenvolvimento, diferente dos locais onde a semeadura foi feita com antecedência, que podem ter uma produtividade reduzida. Até agora, a colheita chegou a 1% da área. Os núcleos regionais de Guarapuava, Irati e Ponta Grossa, grandes centros produtores, ainda não começaram a colher.
A estimativa de produção é de 298 mil toneladas, uma redução de 6% na comparação com a safra 2019/2020, quando foram produzidas 316 mil toneladas. A área plantada teve uma redução de 3%. Segundo o economista do Deral, Methodio Groxko, o déficit hídrico também preocupa essa cultura, considerando que 95% das lavouras estão em fase de floração. Desse total, 25% estão em condições médias e 75% em condições boas.
Nesta semana, a saca de 60 kg do feijão-preto é comercializada por R$ 260,00, mais que o dobro do registrado em novembro do ano passado, quando o preço atingiu R$ 127,00. Já o feijão-cores é comercializado por R$ 283,00, um aumento de 20% com relação a novembro de 2019.
Segundo o Deral, o mercado está bem abastecido. Com o crescimento da oferta do grão, na medida em que aumentar a produção, os preços devem estabilizar.
TRIGO – A colheita do trigo no Paraná está se aproximando do final, com uma produção de 3,5 milhões de toneladas em uma área 1,12 milhão de hectares. Este volume é 17% menor que o potencial estimado inicialmente e 43% superior à produção da safra anterior, quando a seca e as geadas foram mais prejudiciais.
A comercialização atingiu 72%, o que representa o maior patamar dos últimos 15 anos para o mês de novembro. A saca de 60 kg é comercializada por aproximadamente R$ 74,00, valor 61% maior que a média de novembro de 2019, de R$ 45,83. “Considerando o volume de produção, é um resultado duplamente positivo para o produtor, com uma lucratividade boa em cima do custo variável”, diz o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Winckler Godinho.
Segundo ele, a rápida comercialização preocupa para os meses de entressafra, pois, quando o produto local acabar, haverá necessidade de intensificar as importações em valores superiores aos praticados internamente. Para o consumidor, isso deve refletir nos preços das farinhas, massas e pão, por exemplo.
CEVADA – A colheita da cevada está encerrada em todos os núcleos produtores. O volume da safra 2019/2020 totalizou 261,9 mil toneladas em uma área de aproximadamente 63 mil hectares, índices semelhantes aos da safra anterior. Apesar de ter sido um bom ano para a cultura, houve uma perda de 10% na produção na comparação com o levantamento inicial, devido aos efeitos da estiagem no início da floração e frutificação. Com isso, houve impacto na produtividade, que ficou em 4.154 kg/ha.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Rogério Nogueira, os produtores estão satisfeitos com a excelente qualidade dos grãos. Também foi registrada uma alta nos preços. No início do plantio, quando os produtores tinham cerca de 50% da produção estimada comercializada, a saca de 60kg foi vendida por R$ 60,00. Agora, esse valor chega a R$ 82,00, uma alta de 37% na comparação com a média do ano passado.
Neste período, o índice de comercialização da cevada chegou a 82%. A área do núcleo regional de Guarapuava representa 60% do total do Estado e 64% da produção. Com relação à safra anterior, essa região registrou um aumento de 11% da área e 14% na produção. A região de Ponta Grossa, segunda principal produtora, representa 27% da área do Paraná e 25% da produção, mas registrou uma redução de 4% na área plantada.
MANDIOCA – A colheita de mandioca avançou para 90% da área, e a produção estimada é de 3,5 milhões toneladas. A pandemia refletiu negativamente na comercialização entre maio e setembro, com a redução do funcionamento das indústrias que utilizam fécula. Mas com a retomada da movimentação industrial, os preços devem estabilizar.
Além disso, com a falta de chuvas, essa cultura teve problemas com a colheita, o que aumentou o custo da mão de obra. No entanto, para as lavouras plantadas no ciclo 2020/2021, a quantidade de chuvas está suficiente, segundo Methodio Groxko. Atualmente, a tonelada é comercializada. Atualmente, a tonelada é comercializada por R$ 434,00. No mesmo período do ano passado, o valor era de R$ 499,00.
Fonte: Agrolink
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