26
mar
2012
Paraná deve perder quase 5 milhões de t na safra de verão
Recuo será provocado pela estiagem que castigou lavouras. Deral aponta produção de 17,5 milhões de toneladas entre soja, milho e feijão

A produção de grãos na safra de verão no Paraná para as culturas de soja, milho e feijão deve recuar pouco mais de 21% nesta temporada, na comparação com o ano passado. A estiagem que castigou o estado comprometeu o desempenho das lavouras e fará com que o agricultor deixe de colher neste ciclo quase 5 milhões de toneladas. Os números fazem parte da nova atualização de safra realizada neste mês de março e divulgada na sexta-feira (23) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab).

A previsão inicial era que juntas as três culturas representassem uma produção de 22,13 milhões de toneladas de grãos no Paraná. Com a revisão, o Deral projeta uma safra de 17,55 milhões de toneladas. O assunto estiagem ainda é tratado com preocupação para o setor produtivo.

"A situação preocupa, pois na maioria das ainda regiões falta chuva. No caso da soja e do milho não deve alterar, mas o problema é com o milho safrinha, pois podemos esperar problemas se insistir o tempo", pontuou o economista Marcelo Garrido, do Deral, ao Agrodebate.

A fala do especialista demonstra um cenário de dúvidas sobre o comportamento da segunda safra do cereal. Mesmo com projeção de incremento em área e produção desta cultura, o produtor terá que contar com a ajuda dos céus para consolidar a safra e recuperar, em parte, os prejuízos que registrou.

A maior perda nesta safra verão persiste em maior grau na cultura da soja. Para o Deral, o Paraná deve deixar de produzir 24% da oleaginosa. Ou seja, de 14,09 milhões de toneladas antes previstos para 10,7 milhões de toneladas agora revisados.

Para o milho, as perdas devem somar 17%. Conforme explica Marcelo Garrido, na unidade federada a produção pode somar 6,3 milhões de toneladas. O universo projetado anteriormente indicava reportes na casa de 7,6 milhões de toneladas do grão. O percentual de perda ainda é inferior à penúltima estimativa divulgada pelo Deral, quando o Departamento indicou um recuo de 20% no volume de grãos.

"Estamos com uma queda menor para o milho em relação ao mês anterior. A primeira safra, bem ou mal já está consolidada. A preocupação do produtor vai ser com a segunda safra, especialmente no milho que é o carro chefe de grãos no estado", pontuou Garrido.

O feijão, cuja perda deve somar 20,1%, deve resultar em uma safra de 348 mil toneladas. A expectativa era encerrar a ciclo de verão 2011/12 com 436 mil toneladas.

O que esperar?

Os números para a segunda safra de milho no Paraná são otimistas. Revelam um cenário de aumento em área plantada e também produção na ordem de 13% e 51%, respectivamente. Os percentuais representam um recuo de um ponto percentual para ambas as culturas em relação ao que o Deral havia estimado.

Se o tempo colaborar, o produtor paranaense deve produzir 9,6 milhões de toneladas em 2011/12, contra os 6,3 milhões de toneladas do ano anterior. Já a área plantada, avançar de 1,69 milhão de hectares para 1,91 milhão de hectares.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, uma segunda safra 'cheia' vai dar condições de o produtor paranaense ganhar fôlego.

"É por isso que se aposta no milho. Não tenho dúvidas", expressou.


Fonte: Agrodebate
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