O Paraná caminha para a colheita de uma safra de verão recorde. Com base no plantio do milho, praticamente finalizado em todo o Estado, e da soja, que caminha para reta final, o potencial das lavouras paranaenses aponta para 23 milhões de toneladas de grãos, de acordo com a previsão inicial do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab). Caso o montante seja alcançado, será 14% maior em relação à temporada passada. O otimismo para uma boa colheita a partir do mês de janeiro está respaldado pelo próprio campo. Os produtores, de uma forma geral, encontraram boas condições de clima e solo para a semeadura. Nem mesmo o fenômeno La Niña, que prometia chuvas abaixo da média e mal distribuídas, atrapalhou o trabalho de semeadura. “No geral, as chuvas foram bem distribuídas. Teve produtor que jogou a semente no pó, mas veio à chuva no tempo certo e a germinação ocorreu bem. Foi arriscado, mas acabou dando certo”, destaca Fernando Aggio, engenheiro-agrônomo do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP.
Para a safra de verão 2016/17, os produtores destinaram 5,24 milhões de hectares à oleaginosa, praticamente a mesma área da temporada passada (5,28 milhões de hectares), e 487 mil hectares para o milho. No caso do cereal, o incremento de área atingiu 18%. Na região Oeste, tradicionalmente a primeira a encerrar o plantio no Estado, os produtos anteciparam a entrada das plantadeiras nas lavouras pensando no milho safrinha. Mesmo assim, o trabalho não foi comprometido e a germinação das plantas está dentro do previsto. “O plantio encontrou um pouco de frio, mas não comprometeu. Uma ou duas áreas registraram chuva de pedra, mas coisa bem pontual. No geral, choveu bem e as lavouras estão ótimas”, garante Nelson Natalino Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo.
Na região Oeste, incluindo Toledo, foi destinado 470 mil hectares para a oleaginosa. O plantio terminou no dia 5 de outubro, uma semana antes em relação à semeadura de verão do ano passado. “Pessoal está de olho no milho safrinha. O trigo não dá mais, pois não existem condições mínimas”, dispara Paludo. Mesmo onde o plantio ainda nem ultrapassou a metade da área, as condições climáticas estão favorecendo.
Na região dos Campos Gerais, que irá cobrir 531 mil hectares com a soja, a semeadura encontrou alguns percalços, mas nada que tire o sono dos produtores. “No início, tivemos contratempos com o frio e a chuva. Mas agora normalizou. A chuva não está nem demais, nem de menos. Além disso, o calor voltou”, relata Erik Petter, de Castro.
Fonte: CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
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