26
mar
2024
Paraná apresenta propostas para o Plano Safra 2024-25

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, participou de uma reunião na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, para debater o Plano Safra 2024/2025. “Queremos fazer um grande Plano Safra de novo”, afirmou, acrescentando que tem consciência de que é preciso avançar, especialmente em relação ao orçamento e à redução da taxa de juros. O encontro foi transmitido pela plataforma Microsoft Teams, totalizando cerca de 250 participantes.  

O evento foi organizado pelo Sistema Ocepar, em parceria com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura e Agricultores Familiares (Fetaep). 

Orçamento

De acordo com Geller, o setor precisa efetivamente voltar à sua origem para enfrentar as futuras dificuldades. “A estratégia que vamos adotar é recuperar o orçamento. Não tem como fazer política agrícola sem orçamento”, declarou. Ele lembrou que nos anos de 2013 e 2014 o governo federal destinou cerca de R$ 11 bilhões ao setor. “De lá para cá, a área cultivada cresceu cerca de 30% a 40%, a produção dobrou, o custo de produção triplicou, enquanto o orçamento caiu pela metade. No ano passado, com muito esforço, chegamos a R$ 5 bilhões”, comparou.  

Já o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, que coordenou a reunião, disse que o Plano Safra é esperado com ansiedade pelo setor rural. “Precisamos restabelecer a condição de plantio para que a gente possa fazer uma safra espetacular esse ano, depois da frustração da safra passada”, declarou, referindo-se à quebra da safra que no caso do Paraná chegou a 21% por problemas climáticos.  

Durante a reunião, o gerente de Desenvolvimento Técnico e Econômico da Ocepar, Flávio Turra, apresentou ao secretário Neri Geller a proposta de Plano Safra 2024/2025. O documento, elaborado de forma conjunta pelas entidades que representam o agronegócio – Faep, Fetaep, Sistema Ocepar e Seab – já foi encaminhado aos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Desenvolvimento Agrário (MDA) no dia 8 de março. Representantes de todas as entidades participaram da reunião.  

Os principais pontos pleiteados pelo Paraná, que constam do documento apresentado ao secretário, são: aumento de 30% no volume de crédito, passando dos R$ 435 bilhões da safra passada para R$ 568 bilhões para 2024/2025; redução de juros em todos os programas, prorrogação das dívidas dos agricultores, prioridade nos investimentos para o Programa de Construção de Armazéns (PCA), entre outros.  

Convergência 

Após ouvir a proposta do Paraná, Geller se comprometeu a trabalhar para que os pedidos sejam viabilizados, mas alertou sobre a necessidade de um envolvimento das lideranças da agropecuária do estado especialmente na articulação junto ao Ministério da Fazenda e ao Congresso Nacional. “As negociações referentes ao Plano Safra serão conduzidas pelo Ministério da Agricultura, mas a decisão passa pela Fazenda e pelo Legislativo”, pontuou.   

O Secretário de Agricultura do Paraná destacou que o momento está muito diferente do que foi o ano de 2023. "Esse ano é atípico. O cenário é de perda e preços em queda, o que vai exigir muito tato e muito cuidado”, observou o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, acrescentando que “precisamos ter o melhor plano safra da história do país”. 

Representando a diretoria da Faep, o economista Jefrey Albers lembrou que o Paraná é um dos grandes contratantes de crédito rural e que as propostas apresentadas pelo estado relacionadas ao Plano safra são respeitadas em Brasília. Albers chamou a atenção para as dificuldades de acesso ao crédito por conta da falta de análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Não basta ter o recurso à disposição do agricultor, é preciso viabilizar o acesso”, pontuou.  

Pronaf 

O presidente da Fetaep, Alexandre Leal, chamou a atenção para o fato de uma grande parcela de agricultores familiares ainda não conseguir acessar o crédito do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). “Precisamos fazer com que mais pessoas acessem o programa. É visível a diferença no campo entre quem tem acesso ao Pronaf e quem não tem. E não dá para falar em avanço da agricultura familiar sem esse programa”, reforçou. A reunião teve a participação também de representantes da OCB, Banco do Brasil, BRDE e IDR.   

Fonte: Revista Cultivar.

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