Muito calor e falta de chuva. Esta é a combinação que está prejudicando não só a agricultura e a pecuária, mas também inviabilizando o bem estar das pessoas em boa parte do Brasil.
Os recordes absolutos de temperatura máxima em todo o mundo estão sendo registrados na América do Sul, incluindo outros países como Bolívia, Argentina e Uruguai.
Na tarde desta quinta, dia 16, a maior temperatura registrada no planeta ocorreu na cidade de Villamontes, localizada no sul da Bolívia, onde os termômetros marcaram 46°C. Em Aragarças, que fica na divisa de Goiás com Mato Grosso, o calor atingiu 42°C, temperatura considerada a 15ª maior do planeta na tarde de ontem, segundo a Somar Meteorologia.
- Nem no Senegal está fazendo tanto calor quanto aqui - diz o meteorologista Celso Oliveira.
Este calorão todo tem explicação. A área afetada está dentro de uma bolha de ar quente e seco, que impede que as frentes frias do Sul avancem.
- Quando os sistemas conseguem avançar, eles são "abandonados" pela umidade da Floresta Amazônica e ficam sem suporte de umidade para provocar pancadas significativas de chuva entre o Sudeste e o Centro-Oeste do país - explica.
O verão continua sendo a estação mais quente do ano. Segundo Oliveira, as temperaturas do verão, em média, são maiores do que as registradas na primavera. No entanto, o que poucos sabem, é que os recordes absolutos de máximas acontecem, geralmente, na "estação das flores", ou "estação dos temporais", como costuma ser nomeada a primavera pelos meteorologistas.
A volta dos temporais já tem data marcada, meados do dia 20 de outubro para as áreas mais secas e castigadas pelo calor do Brasil. De acordo com as previsões meteorológicas da Somar, este já será um fim de semana de muita ventania e chuva forte em parte do Sudeste e Centro-Oeste.
- Chuva forte nem sempre significa altos acumulados e os produtores poderão reclamar, sim, dos volumes que serão registrados - explica Oliveira.
Estas pancadas virão acompanhadas de ventania e as rajadas podem atingir até 80km/h. A partir desta segunda, dia 20, as estimativas indicam volumes entre 20 a 35 milímetros acumulados nas áreas produtoras do Sudeste e Centro-Oeste, mas ainda será uma chuva com distribuição muito irregular.
- Pelo menos, esta frente fria vai servir para aplacar esse calor todo que tem provocado o demasiado estresse hídrico das plantas e a morte de animais em parte do Brasil central - diz o meteorologista.
Segundo especialistas, a chuva prevista a partir de agora, beneficia mais a agricultura. Em relação ao abastecimento de água, estudos mostram a necessidade de 36 meses com chuvas acima da média, para a normalização dos índices dos reservatórios no Sudeste.
- Isto não podemos esperar, já que as previsões de longo prazo não estimam volumes elevados assim - finaliza.
Fonte: Canal Rural
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