O bom preço da soja colhida neste último ano foi um alívio para os produtores, mas muitos passaram a safra preocupados com outro fator, além do preço: a incidência de lagartas nas lavouras.
Na Bahia, a lagarta helicoverpa provocou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão. Em outros Estados, só a notícia da existência da nova praga já deixou muita gente em alerta, como mostra a segunda reportagem da série especial do Canal Rural.
No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, não houve registros da lagarta Helicoverpa armigera na última safra de grãos, mas os agricultores estão preocupados.Tanto que um monitoramento começou a ser feito em 30 locais para identificar rapidamente, caso o problema apareça. O trabalho é uma parceria da Emater-RS com universidades gaúchas.
O problema é que faltam especialistas para identificar as espécies de lagartas nesta região do país, diz o gerente técnico da Cooplantio, Dirceu Gassen. A cooperativa que tem mais de 32 mil agricultores associados na região Sul, onde a preocupação não é só com a Helicoverpa armigera, a nova espécie identificada pela Embrapa. Gassen diz que na região Sul há registros de uma outra espécie, a Helicoverpa gelotopoeon, que tem ação parecida com a da armígera.
Em Mato Grosso do Sul, pelos levantamentos da federação que representa os produtores, foram registrados casos da lagarta Helicoverpa em lavouras da região norte do Estado. Lucas Galvan, agrônomo da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), diz que produtores de São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul tiveram prejuízos por causa da lagarta. Nada comparado ao que aconteceu na Bahia, mas já serve de alerta.
- É um sinal amarelo. Um problema que se apresenta este ano, nesta safra, e que deve se agravar na próxima, com o sucessivo plantio de soja e milho consecutivamente - analisa Galvan.
A recomendação dos especialistas para todas as regiões produtoras de soja, milho e algodão é o monitoramento, a partir de agora, um trabalho que depende muito do produtor. Com o menor sinal de aparecimento das lagartas, os técnicos devem ser comunicados rapidamente, para que o controle seja mais eficiente. Em alguns Estados, como Mato Grosso do Sul, não está descartada a mesma estratégia que foi usada na Bahia.
- Ainda não fizemos este pedido porque não é um problema que preocupa tanto nesta safra que passou. Mas para a próxima safra, se houver uma pressão maior, nós iremos solicitar a liberação do benzoato para controlar esta praga que preocupa bastante o nosso produtor - diz Galvan.
Fonte: Canal Rural
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