Existe uma certa polaridade entres os consumidores de produtos orgânicos e convencionais sobre o que é melhor e mais saudável de se consumir. O especialista Valter Casarin, que é Coordenador Científico da Nutrientes para a Vida (NPV), tentou responder essa dúvida e explicou a situação é mais complexa do que se imagina.
De acordo com ele, a composição de qualquer alimento vai ser orgânica, já que eles precisam dos mesmos nutrientes que estão no solo, mesmo se colocados lá artificialmente. “O tipo de fertilizante não fará um alimento ser mais orgânico do que outro. Sobre esse tema, existem vários levantamentos de pesquisa comparando os alimentos produzidos pelos dois sistemas de produção, orgânico e convencional, não havendo diferenças na composição nutricional dos alimentos gerados por esses sistemas”, comenta.
“Os adubos orgânicos, sempre que possível, devem ser a primeira opção de aplicação. Mas, não pelo fato de gerar um produto mais nutritivo, mas pela condição de sustentabilidade ambiental, por ajudarem na reciclagem de nutrientes, na redução da poluição ambiental, evitando descartes desnecessários. No entanto, em muitas condições, o uso do adubo orgânico é inviável, primeiro por ter baixas concentrações de nutrientes, o que inviabiliza o transporte para longas distâncias. Os adubos orgânicos têm sua viabilidade em polos agrícolas próximos à sua origem”, completa ele.
Em relação aos aditivos como antibióticos, ele questiona se o ser humano deixa de ser orgânico quando toma vacinas, por exemplo. “Isso nos permite entender que, se uma planta deixa de ser orgânica se são usados fertilizantes minerais e agrotóxicos, o que nos tornamos quando estamos tomando suplementos minerais e sendo vacinados? Deixamos de ser orgânicos? Pelo contrário, os suplementos e vacinas ajudam a controlar doenças, aliviar sintomas, ou seja, melhoram a nossa saúde e nos tornam pessoas saudáveis”, conclui.
Fonte: Agrolink
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