22
jan
2013
Opinião: O ano não será fácil, mas promete
Por Giovani Ferreira
Negócios de soja a R$ 60, de milho a quase R$ 30 e feijão a até R$ 180 a saca de 60 quilos. O que dizer então do boi gordo? Nem mesmo a polêmica da vaca louca consegue conter negócios de até R$ 100 a arroba. Temos ainda a retomada da avicultura. Depois de um ano de crise o setor promove ajustes, acerta o ritmo e projeta crescimento para 2013, em produção e exportação. Embalado não apenas pelo aumento do consumo interno, mas principalmente por uma demanda internacional extremamente aquecida, o agronegócio brasileiro, de grãos e de carnes, entra em um ano promissor: produção, mercado, receita e rentabilidade.
No Paraná, a expectativa não é diferente. Eu diria até que um pouco mais otimista. O estado está entre os principais produtores do país. É o segundo na soja e na cana, o primeiro no milho, feijão e aves e o terceiro em suínos. Exemplo do que ocorre na avicultura, a produção de cana-de-açúcar, assim como a de carne suína também entra num período de recuperação, favorecida pelo clima, no caso dos canaviais, ou então pela abertura de novos mercados, que beneficia a suinocultura. Contudo, ninguém mais cresce a taxas chinesas, sentido figurado para ilustrar variações acima de dois dígitos. Até porque, nem mesmo a China consegue crescer mais acima de 10%, feito registrado três vezes desde 2006. Com exceção dos 7,8% verificados em 2012, o índice nunca havia ficado abaixo de 8% desde 2000.
Na atual conjuntura, crescimento de 10% pode até ocorrer em alguns segmentos, mas pode beirar o oportunismo, não a oportunidade. Ao invés de sustentável, pode terminar como irresponsável. O cenário internacional e a economia interna passam por momentos de indefinição, que inspiram cuidados e precauções. Até é possível crescer 10% no primeiro e até no segundo trimestre. O difícil será manter essa taxa. Vale aqui a regra número na gestão de risco, que é desconfiar, de tudo e de todos. E vamos combinar que o mercado, mesmo aquecido, não inspira a confiança necessária a grandes saltos, apostas e investimentos que desafiem a macroeconomia.
No caso do agronegócio, para projetar crescimentos significativos é preciso imobilizar capital, investir em ativos, recursos humanos, materiais e tecnologia que não se pagam em apenas uma ou duas temporadas. Não quero dizer que o produtor e a agroindústria não fazem conta. É claro que fazem. O que falta é planejamento. O potencial brasileiro na agricultura e pecuária é fato. O grande ponto de interrogação está no ritmo em que essa expansão irá ocorrer. E como forma de controlar o risco, remunerar o investimento e o capital, a produção deve espelhar esse mesmo ritmo, crescer de maneira sustentável e em sintonia com a demanda. Podemos, sim, antecipar os cenários e nos preparar para as oportunidades. Mas com segurança, responsabilidade e a consciência de que o clima, o mercado, o protecionismo ou a instabilidade econômica mundial, que chega ao Brasil, pode frustrar nossos planos.
De qualquer forma, na análise dos grãos, o mercado demanda e o clima não atrapalha. Olhando para as carnes, o futuro também não deixa de ser promissor, desde que a atenção com a sanidade seja reforçada, permanente e condição ao fortalecimento da atividade. Agora, também é verdade que teremos sérios problemas de infraestrutura, de armazenagem e escoamento. Ainda assim, não dá para negar que este tem tudo para ser um bom ano.
Grãos
Em pleno avanço da colheita de uma produção recorde no país e na América do Sul, a cotação da soja e do milho segue sustentada. As médias ficam próximas de R$ 60 e R$ 27 a saca de 60 quilos, respectivamente. Isso tudo apesar da safra histórica que começa a se confirmar no Brasil, de 185 milhões de toneladas, segundo o indicador da Expedição Safra Gazeta do Povo, que está a campo para fazer o balanço da temporada 2012/13.
Avicultura
Enquanto a avicultura brasileira prevê crescimento de 3% em produção e exportação para o ano corrente, o Paraná, maior produtor e exportador de carne de frango projeta avanço um pouco maior, acima de 5%. O estado não conseguiu fechar 2012 com o crescimento inicialmente estimado. Contudo, na contramão do balanço nacional, apesar das dificuldades, ainda terminou o ano com variação positiva em relação a 2011.
Negócios de soja a R$ 60, de milho a quase R$ 30 e feijão a até R$ 180 a saca de 60 quilos. O que dizer então do boi gordo? Nem mesmo a polêmica da vaca louca consegue conter negócios de até R$ 100 a arroba. Temos ainda a retomada da avicultura. Depois de um ano de crise o setor promove ajustes, acerta o ritmo e projeta crescimento para 2013, em produção e exportação. Embalado não apenas pelo aumento do consumo interno, mas principalmente por uma demanda internacional extremamente aquecida, o agronegócio brasileiro, de grãos e de carnes, entra em um ano promissor: produção, mercado, receita e rentabilidade.
No Paraná, a expectativa não é diferente. Eu diria até que um pouco mais otimista. O estado está entre os principais produtores do país. É o segundo na soja e na cana, o primeiro no milho, feijão e aves e o terceiro em suínos. Exemplo do que ocorre na avicultura, a produção de cana-de-açúcar, assim como a de carne suína também entra num período de recuperação, favorecida pelo clima, no caso dos canaviais, ou então pela abertura de novos mercados, que beneficia a suinocultura. Contudo, ninguém mais cresce a taxas chinesas, sentido figurado para ilustrar variações acima de dois dígitos. Até porque, nem mesmo a China consegue crescer mais acima de 10%, feito registrado três vezes desde 2006. Com exceção dos 7,8% verificados em 2012, o índice nunca havia ficado abaixo de 8% desde 2000.
Na atual conjuntura, crescimento de 10% pode até ocorrer em alguns segmentos, mas pode beirar o oportunismo, não a oportunidade. Ao invés de sustentável, pode terminar como irresponsável. O cenário internacional e a economia interna passam por momentos de indefinição, que inspiram cuidados e precauções. Até é possível crescer 10% no primeiro e até no segundo trimestre. O difícil será manter essa taxa. Vale aqui a regra número na gestão de risco, que é desconfiar, de tudo e de todos. E vamos combinar que o mercado, mesmo aquecido, não inspira a confiança necessária a grandes saltos, apostas e investimentos que desafiem a macroeconomia.
No caso do agronegócio, para projetar crescimentos significativos é preciso imobilizar capital, investir em ativos, recursos humanos, materiais e tecnologia que não se pagam em apenas uma ou duas temporadas. Não quero dizer que o produtor e a agroindústria não fazem conta. É claro que fazem. O que falta é planejamento. O potencial brasileiro na agricultura e pecuária é fato. O grande ponto de interrogação está no ritmo em que essa expansão irá ocorrer. E como forma de controlar o risco, remunerar o investimento e o capital, a produção deve espelhar esse mesmo ritmo, crescer de maneira sustentável e em sintonia com a demanda. Podemos, sim, antecipar os cenários e nos preparar para as oportunidades. Mas com segurança, responsabilidade e a consciência de que o clima, o mercado, o protecionismo ou a instabilidade econômica mundial, que chega ao Brasil, pode frustrar nossos planos.
De qualquer forma, na análise dos grãos, o mercado demanda e o clima não atrapalha. Olhando para as carnes, o futuro também não deixa de ser promissor, desde que a atenção com a sanidade seja reforçada, permanente e condição ao fortalecimento da atividade. Agora, também é verdade que teremos sérios problemas de infraestrutura, de armazenagem e escoamento. Ainda assim, não dá para negar que este tem tudo para ser um bom ano.
Grãos
Em pleno avanço da colheita de uma produção recorde no país e na América do Sul, a cotação da soja e do milho segue sustentada. As médias ficam próximas de R$ 60 e R$ 27 a saca de 60 quilos, respectivamente. Isso tudo apesar da safra histórica que começa a se confirmar no Brasil, de 185 milhões de toneladas, segundo o indicador da Expedição Safra Gazeta do Povo, que está a campo para fazer o balanço da temporada 2012/13.
Avicultura
Enquanto a avicultura brasileira prevê crescimento de 3% em produção e exportação para o ano corrente, o Paraná, maior produtor e exportador de carne de frango projeta avanço um pouco maior, acima de 5%. O estado não conseguiu fechar 2012 com o crescimento inicialmente estimado. Contudo, na contramão do balanço nacional, apesar das dificuldades, ainda terminou o ano com variação positiva em relação a 2011.
Fonte: Gazeta do Povo Online