Segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, do Portal Agrolink, o Brasil enfrenta a formação de uma onda de calor intensa, com a previsão de temperaturas que podem ultrapassar os 40°C em diversas regiões do Centro-Norte do país. Esse cenário preocupante se agrava com a proximidade do fim do vazio sanitário para a safra de verão 2024/25, gerando grandes preocupações entre os produtores rurais.
Nos próximos dias, o bloqueio atmosférico que atua sobre o Brasil central deve se intensificar, resultando em uma onda de calor severa. De acordo com Rodrigues, essa situação é relativamente comum para esta época do ano, mas a atual intensificação pode fazer com que as temperaturas médias fiquem 5°C acima dos registros históricos por mais de cinco dias consecutivos.
Além das temperaturas extremas, a umidade relativa do ar pode atingir níveis alarmantemente baixos, chegando a 10% em uma vasta região que inclui o norte do Paraná, áreas centrais do Matopiba, sul do Pará e sudeste do Amazonas. A elevação das temperaturas começará já na segunda-feira, com picos esperados a partir de quinta-feira, quando o termômetro pode marcar acima dos 40°C em estados como Mato Grosso, norte de Goiás, Minas Gerais, oeste da Bahia, Tocantins, Maranhão, Piauí, e partes do Pará e Amazonas.
Estações meteorológicas em algumas dessas regiões já registram cerca de 120 dias sem precipitação, aumentando a preocupação dos agricultores que planejam o plantio logo após o fim do vazio sanitário. Embora os modelos de longo prazo ainda indiquem a possibilidade de chuvas no final de setembro, no curto e médio prazo, o cenário de seca e temperaturas extremas persiste.
As altas temperaturas previstas, que podem chegar a 43°C no sul do Mato Grosso, segundo projeções de modelos meteorológicos de centros americanos, europeus, alemães e canadenses, colocam em risco as lavouras, aumentando a necessidade de práticas de conservação e manejo adequado do solo, como o plantio direto. Esse método será essencial para preservar as sementes durante o plantio, evitando problemas como os ocorridos na última safra, quando muitos produtores precisaram replantar devido ao calor intenso na superfície do solo.
Além dos impactos na agricultura, a combinação de calor extremo e tempo seco cria condições favoráveis para o alastramento de incêndios florestais e queimadas, um risco adicional que deve ser monitorado de perto. Rodrigues alerta que, embora o mato seco e o oxigênio do ar sejam elementos naturais e inevitáveis, a ignição, que pode ser provocada por ação humana ou fenômenos naturais, é o fator determinante para o surgimento de focos de fogo.
Por outro lado, ainda há previsão de dias frios, especialmente nas madrugadas e manhãs desta semana, principalmente na região Sul, onde não se descarta a possibilidade de geadas isoladas em áreas de maior altitude. No entanto, Gabriel Rodrigues avalia que essas geadas não devem representar um grande risco às lavouras, mas o clima de grande amplitude térmica pode afetar a produção de frutas de clima temperado.
Fonte: Agrolink
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