Com a recuperação do câmbio para o patamar de R$ 4,96 por dólar, os preços da soja no Brasil apresentaram uma ligeira queda, influenciados pelos movimentos em Chicago e pelo prêmio negativo nos portos nacionais a partir de fevereiro de 2024. Na última semana, a média gaúcha fechou em R$ 138,63 por saco, enquanto nas principais praças do Estado, os valores variaram entre R$ 135,00 e R$ 138,00 por saco. Em outras regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 119,00 e R$ 129,50 por saco.
De acordo com a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), até o início da presente semana, o Brasil já havia comercializado 27% da futura safra 2023/24, abaixo da média histórica para este período, que é de 37%.
O plantio da safra atual de soja alcançou 91% da área esperada até o dia 07/12, com maiores preocupações climáticas nas regiões do Mato Grosso, Norte e Nordeste do Brasil, conforme informações da AgRural.
Em relação às exportações e esmagamento de soja, a Abiove prevê que o volume de grãos exportados em 2024 possa atingir 100,2 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento do grão deve alcançar um recorde histórico de 54,5 milhões de toneladas. Esse aumento está alinhado com a expectativa de que a mistura de biodiesel no diesel de petróleo aumente de 12% para 13% a partir de abril de 2024.
Consequentemente, a produção de farelo de soja no país em 2024 deve totalizar 41,7 milhões de toneladas, um aumento de 700.000 toneladas em relação a 2023. A produção de óleo de soja atingiria 11 milhões de toneladas, um aumento de 200.000 toneladas em relação ao ano anterior.
Prevendo um crescimento de 5,7% no consumo interno de óleo de soja, a Abiove estima que o consumo atingirá 9,2 milhões de toneladas, caso o percentual de mistura do biodiesel aumente. No entanto, as exportações de óleo de soja pelo Brasil podem diminuir para 1,6 milhão de toneladas em 2024, após alcançarem 2,6 milhões em 2022.
Diante desse cenário e considerando o volume esperado da safra, os estoques finais de soja em 2024 devem superar as 10 milhões de toneladas, gerando uma pressão baixista natural sobre os preços no final do próximo ano. A Abiove estima que, com os preços médios internacionais previstos para 2024, o valor total das exportações do complexo soja brasileiro pode atingir US$ 64 bilhões, após o recorde de US$ 67 bilhões em 2023, reforçando a importância desse complexo como o principal produto de exportação nacional.
Fonte: Agrolink.
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