08
abr
2014
O maior ativo do agronegócio brasileiro
Maior ativo do agronegócio brasileiro, a soja foi o grande e também exclusivo tema do Fórum Brasil Agro 2014, evento que há três anos abre a programação da ExpoLondrina, realizada na semana passada. Quatro palestrantes falaram para uma plateia de 500 pessoas, representantes de todos os elos da cadeia produtiva. Um público urbano e rural envolvidos direta ou indiretamente nos dividendos econômicos provenientes da atividade. Organizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo e pela Cooperativa Integrada, o fórum falou de tecnologia, pesquisa e mercado.
Os conferencistas mostraram muitos números e estatísticas, de área, produção e produtividade. Dados agronômicos, de desempenho e potencial, assim como econômicos, de resultado financeiro do segmento. Um ambiente que vai além da porteira, que impacta na rentabilidade do produtor, que cresce em participação na economia das cidades, estados e do país. Entre os dados mais relevantes apresentados está que o agronegócio já responde por 40% das exportações totais do Brasil e 70% dos embarques realizados pelo Paraná.
A soja aparece como o grande destaque. Responsável por ¼ do Valor Produto da Produção (VBP) agropecuária no Brasil, no Paraná ela cresce ainda mais em importância e responde por mais de 1/3 de todas as riquezas primárias geradas no campo. Para um entendimento mais claro, em cifras e porcentuais, a soja é o grande motor da economia agrícola. Dos R$ 46,3 bilhões do VBP paranaense, quase R$ 16 bilhões são resultados da soja, o equivalente a 34% do valor total estimado para 2014.
O desempenho financeiro da soja no VBP deste ano poderia ser ainda maior, não fosse a safra menor colhida no estado, resultado de uma quebra climática que reduziu a produção da oleaginosa em pouco mais de 1,7 milhão de toneladas, segundo dados da Expedição Safra. Ainda assim, a participação da cultura avançou dois pontos sobre os 34% verificados em 2013. O impulso veio da cotação no mercado internacional e do câmbio favorável, equação que resulta em bons preços pagos ao produtor.
No Brasil, 25% do VBP, ou R$ 112,7 bilhões dos R$ 444,5 bilhões esperados para este devem vir da contribuição da soja. Um avanço de quatro pontos sobre os 21% ou R$ 89,5 bilhões de participação no ano passado. Números que o público mais urbano talvez não conheça, mas que com certeza fazem parte do seu cotidiano, embora eles ainda não tenham se dado conta. Cifras que, aos poucos, precisam ser traduzidas e esclarecidas, de forma que a população em geral e os próprios governos tenham mais noção do que a economia agrícola representa à sociedade.
Vale lembrar que a contribuição do agronegócio à economia nacional vai muito além do VBP. O Valor Bruto da Produção é resultado de uma conta que considera volume de produção versus preço pago ao produtor. Não está aqui o valor adicionado pela transformação ou processamento da produção primária, o que eleva sobre maneira a presença do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Enquanto que no Brasil em torno de 23% do PIB tem origem no campo, no Paraná esse índice vai a 30% de todas as riquezas geradas no estado.
Ameaça da tributação
O desempenho da soja tem provocado discussões no sentido de encontrar saídas à necessidade do governo federal de arrecadação. Entre uma série de mudanças tributárias, a Medida Provisória 627, votada na semana passada na Câmara dos Deputados previa incidência de PIS/Cofins em 9,25% sobre a comercialização da soja in natura. O grão destinado à industrialização ficaria isento e beneficiaria, principalmente, as multinacionais que esmagam soja dentro do país. Polêmico e sem muito debate com a cadeia produtiva, o texto que tratava da soja foi retirado da pauta e a MP segue para o Senado sem as propostas de mudança na tributação do produto.
De qualquer forma, o movimento serve de alerta ao setor produtivo, que precisa ficar cada vez mais atento às manobras do governo. Tributar ainda mais o agronegócio pode representar um tiro no pé. Neste caso, é cobrir um santo e descobrir outro. Ampliar a arrecadação é tirar a competitividade do agronegócio e impor limites ao único setor da economia em franca expansão. Que o diga a Argentina, onde mais de três em cada dez sacas de soja produzidas e exportadas pelo país ficam com o governo. E se tem alguém em que o governo brasileiro não pode se espelhar quanto o assunto é agricultura, ou mesmo economia, esse alguém é a Argentina.
Os conferencistas mostraram muitos números e estatísticas, de área, produção e produtividade. Dados agronômicos, de desempenho e potencial, assim como econômicos, de resultado financeiro do segmento. Um ambiente que vai além da porteira, que impacta na rentabilidade do produtor, que cresce em participação na economia das cidades, estados e do país. Entre os dados mais relevantes apresentados está que o agronegócio já responde por 40% das exportações totais do Brasil e 70% dos embarques realizados pelo Paraná.
A soja aparece como o grande destaque. Responsável por ¼ do Valor Produto da Produção (VBP) agropecuária no Brasil, no Paraná ela cresce ainda mais em importância e responde por mais de 1/3 de todas as riquezas primárias geradas no campo. Para um entendimento mais claro, em cifras e porcentuais, a soja é o grande motor da economia agrícola. Dos R$ 46,3 bilhões do VBP paranaense, quase R$ 16 bilhões são resultados da soja, o equivalente a 34% do valor total estimado para 2014.
O desempenho financeiro da soja no VBP deste ano poderia ser ainda maior, não fosse a safra menor colhida no estado, resultado de uma quebra climática que reduziu a produção da oleaginosa em pouco mais de 1,7 milhão de toneladas, segundo dados da Expedição Safra. Ainda assim, a participação da cultura avançou dois pontos sobre os 34% verificados em 2013. O impulso veio da cotação no mercado internacional e do câmbio favorável, equação que resulta em bons preços pagos ao produtor.
No Brasil, 25% do VBP, ou R$ 112,7 bilhões dos R$ 444,5 bilhões esperados para este devem vir da contribuição da soja. Um avanço de quatro pontos sobre os 21% ou R$ 89,5 bilhões de participação no ano passado. Números que o público mais urbano talvez não conheça, mas que com certeza fazem parte do seu cotidiano, embora eles ainda não tenham se dado conta. Cifras que, aos poucos, precisam ser traduzidas e esclarecidas, de forma que a população em geral e os próprios governos tenham mais noção do que a economia agrícola representa à sociedade.
Vale lembrar que a contribuição do agronegócio à economia nacional vai muito além do VBP. O Valor Bruto da Produção é resultado de uma conta que considera volume de produção versus preço pago ao produtor. Não está aqui o valor adicionado pela transformação ou processamento da produção primária, o que eleva sobre maneira a presença do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Enquanto que no Brasil em torno de 23% do PIB tem origem no campo, no Paraná esse índice vai a 30% de todas as riquezas geradas no estado.
Ameaça da tributação
O desempenho da soja tem provocado discussões no sentido de encontrar saídas à necessidade do governo federal de arrecadação. Entre uma série de mudanças tributárias, a Medida Provisória 627, votada na semana passada na Câmara dos Deputados previa incidência de PIS/Cofins em 9,25% sobre a comercialização da soja in natura. O grão destinado à industrialização ficaria isento e beneficiaria, principalmente, as multinacionais que esmagam soja dentro do país. Polêmico e sem muito debate com a cadeia produtiva, o texto que tratava da soja foi retirado da pauta e a MP segue para o Senado sem as propostas de mudança na tributação do produto.
De qualquer forma, o movimento serve de alerta ao setor produtivo, que precisa ficar cada vez mais atento às manobras do governo. Tributar ainda mais o agronegócio pode representar um tiro no pé. Neste caso, é cobrir um santo e descobrir outro. Ampliar a arrecadação é tirar a competitividade do agronegócio e impor limites ao único setor da economia em franca expansão. Que o diga a Argentina, onde mais de três em cada dez sacas de soja produzidas e exportadas pelo país ficam com o governo. E se tem alguém em que o governo brasileiro não pode se espelhar quanto o assunto é agricultura, ou mesmo economia, esse alguém é a Argentina.
Fonte: Gazeta do Povo Online