Sob o comando de Maurício Antônio Lopes, empossado ontem em Brasília, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mantém interesse em ampliar sua participação no exterior.
O descumprimento de procedimentos legais e estatutários na criação da Embrapa Internacional culminou na saída de Pedro Arraes há uma semana. Lopes considera o caso um equívoco de gestão, que está sendo apurado através de uma sindicância interna.
A orientação do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, é para que o novo gestor da estatal de pesquisa dê agilidade ao processo de internacionalização da Embrapa. “Vamos fortalecer os mecanismos de cooperação internacional que temos e dinamizar ainda mais a nossa relação com organismos internacionais, que complementam o nosso esforço e nos ajudam a trazer inovações importantes para a agricultura brasileira. O que será revisto é a forma de operação no exterior”, disse Lopes em coletiva à imprensa.
Entre as ações imediatas, o presidente da Embrapa destacou o lançamento de novas chamadas para fortalecimento de portfólios e arranjos de projetos, a finalização dos processos de avaliação e acompanhamento das unidades e o planejamento para o próximo ano. Além disso, afirmou que pretende reforçar as pesquisas no setor sucroalcooleiro.
As mudanças de paradigmas do setor ocorridas nos últimos anos, principalmente na questão ambiental, com o novo Código Florestal, tornam os desafios ainda maiores para a agropecuária brasileira, admite o presidente da entidade. Nesse novo cenário, Lopes pretende ampliar apostas na biotecnologia e na instrumentação avançada, focando na agricultura de precisão.
Carreira
Dono de um currículo respeitado, o novo presidente terá a responsabilidade de administrar um orçamento anual de mais de R$ 2 bilhões e um quadro com 9,7 mil servidores públicos – 2,4 mil são pesquisadores. Lopes é mineiro, formado em agronomia pela Universidade Federal de Viçosa, tem mestrado em Genética pela Universidade de Purdue (EUA), doutorado em Genética Molecular pela Universidade do Arizona e pós-doutorado pelo Departamento de Agricultura da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), em Roma.
Durante mais de duas décadas na Embrapa, o novo presidente liderou o programa de melhoramento de milho, chefiou o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo em Minas Gerais, foi um dos responsáveis pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e coordenou a implantação do Labex Coreia, um programa de cooperação internacional da Embrapa na Ásia.
Fonte: Gazeta do Povo
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