Aumento dos casos de resistência de percevejos, lagartas e outras pragas da soja à inseticidas; pragas que antes eram consideradas secundárias, tornando-se problemas sérios em algumas regiões; desconhecimento do momento ideal para início do controle de insetos-pragas, redução dos inimigos naturais das pragas nas lavouras. Esses são alguns dos problemas encontrados em lavouras de soja em diferentes regiões brasileiras. Mas tudo isso poderia ser diferente. Com informação e atenção às recomendações técnicas, muitos dos problemas e prejuízos que tiram o sono de técnicos e produtores poderiam ser evitados.
Preocupada em disponibilizar informações técnicas para que o manejo de pragas da soja seja feito de maneira mais sustentável, a Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, está lançando no seu aniversário de 40 anos, o livro “Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga”.
A obra, um compêndio de 860 páginas, reúne os mais recentes avanços no controle de insetos-pragas da soja e retoma a discussão de conhecimentos e práticas integradas e sustentáveis para o manejo dos principais insetos e outros artrópodes-praga da soja. “O livro apresenta um sumário de quase 40 anos de pesquisa sobre os mais variados aspectos da ecologia e controle de artrópodes de importância econômica para a produção de soja no Brasil e orienta a tomada de decisões de controle de pragas com base num conjunto de informações sobre os insetos e sua densidade populacional, os inimigos naturais e a capacidade da cultura de tolerar os danos”, explica Clara Beatriz Hoffmann Campo, uma das editoras-técnicas do livro.
A equipe de entomologia da Embrapa Soja, em parceria com pesquisadores de outras unidades da Embrapa, aliada a pesquisadores de renomadas instituições, vem aperfeiçoando o Manejo Integrado de Pragas (MIP), ao longo dos anos, produzindo e disseminando conhecimentos sobre o manejo dos principais insetos e outros artrópodes-pragas da cultura da soja. “O MIP é um dos exemplos mais significativos de que é possível diminuir impactos, ambiental e social, no controle de pragas, promovendo uma racionalização no uso de inseticidas”, destaca Beatriz Splading Correa-Ferreira, também editora da publicação.
A obra aborda em 12 capítulos, de forma aprofundada, temas relevantes, como o histórico do programa MIP-Soja, a bioecologia das principais pragas e inimigos naturais e o seu monitoramento. Os novos sistemas de produção, como a soja resistente a insetos mastigadores (tecnologia BT), também são apresentados, além de aspectos relacionados à resistência das pragas aos inseticidas, às perspectivas do manejo sustentável, incluindo considerações sobre pragas exóticas potenciais e as possibilidades do uso da biotecnologia no MIP.
O livro está sendo comercializado pela Livraria Virtual da Embrapa, pelo site www.embrapa.br
