07
fev
2011
Nova Arca de Noé é atração da Embrapa no Show Rural Coopavel 2011
Assim como Noé, que construiu uma arca para salvar os animais do dilúvio, os cientistas da Embrapa correm contra os perigos atuais causados pelo aquecimento global, erosões, queimadas e outros estresses climáticos e também investem em pesquisas para conservar a diversidade genética e garantir uma alimentação farta e saudável para as futuras gerações. Só que na nova arca de Noé da Embrapa, não estão apenas animais, mas também plantas e micro-organismos, cuja variabilidade genética seja de importância para o desenvolvimento de pesquisas em prol da sustentabilidade da agricultura. Parte desse trabalho será apresentada ao público na Casa da Embrapa durante o Show Rural Coopavel 2011, que começa nesta segunda-feira (7) e se estende até o dia 11 de fevereiro em Cascavel, PR.
Valorizar e preservar o passado para antecipar e construir o futuro. Esse é o lema dos Noés atuais, os cientistas, que investem em formas de conservação de plantas, animais e micro-organismos em modernas arcas, também conhecidas como bancos genéticos. A biodiversidade brasileira é um enorme manancial de espécies e genes com potencial para atender a diversos segmentos como agricultura, pecuária, indústria e saúde, entre outros. Por isso, o objetivo principal dos pesquisadores é conhecer a fundo a biodiversidade brasileira e utilizar esse conhecimento para a geração de tecnologias, produtos e serviços para toda a sociedade.
Valorizar e preservar o passado para antecipar e construir o futuro. Esse é o lema dos Noés atuais, os cientistas, que investem em formas de conservação de plantas, animais e micro-organismos em modernas arcas, também conhecidas como bancos genéticos. A biodiversidade brasileira é um enorme manancial de espécies e genes com potencial para atender a diversos segmentos como agricultura, pecuária, indústria e saúde, entre outros. Por isso, o objetivo principal dos pesquisadores é conhecer a fundo a biodiversidade brasileira e utilizar esse conhecimento para a geração de tecnologias, produtos e serviços para toda a sociedade.
Mas conservar espécies vegetais, animais e de micro-organismos no contexto contemporâneo não é tão simples assim. Essas atividades demandam muitas pesquisas e estudos e envolvem atividades de coleta, caracterização genética e molecular e metodologias de conservação.
Conservação vegetal: a arca gelada
A conservação de plantas é feita em bancos genéticos chamados cientificamente de ativos (BAGs), pois neles as espécies são manipuladas e multiplicadas. Esses bancos estão distribuídos em várias unidades da Embrapa e instituições de pesquisa e ensino em todas as regiões brasileiras.
A outra forma de conservar espécies vegetais, fora de seus locais de ocorrência ou habitat é conhecida no meio científico como conservação ex situ.
As espécies cujas sementes suportam baixas temperaturas e umidades são conservadas em câmaras frias a 20ºC abaixo de zero. Nessa arca de Noé gelada, que é mantida na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 45 unidades da Embrapa em Brasília, DF, as sementes podem ser conservadas por 100 anos. Atualmente, encontram-se conservadas nesse banco genético mais de 100 mil amostras de sementes de importância socioeconômica representando cerca de 600 espécies. Todos esses predicados fazem com que esteja entre os maiores bancos genéticos do mundo hoje.
As plantas que não suportam baixas temperaturas e umidades são conservadas in vitro, em tubos de ensaio. Alguns exemplos são: abacaxi, morango, cará, inhame, batata-doce, mandioca, batata, orégano, e uva.
Conservação animal: raças seculares guardam tesouros genéticos
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia também atua na conservação de raças de animais domésticos, como bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, bubalinos, asininos e ovinos. A conservação está voltada para raças conhecidas como “crioulas”, “locais” ou “naturalizadas”, que se encontram no Brasil desde a época da colonização e, por isso, adquiriram características de rusticidade e adaptabilidade muito importantes para programas de melhoramento genético.
O cruzamento indiscriminado desses animais com raças consideradas mais produtivas ao longo dos séculos fez com que muitas se encontrem hoje ameaçadas de extinção.
Para evitar a perda desse material genético, importante e insubstituível, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia passou a conservá-lo, a partir de 1983, com a ajuda de diversos centros de pesquisa, universidades e empresas estaduais de pesquisa, além de associações de criadores e produtores particulares.
Os animais são conservados em núcleos de conservação distribuídos por todo o país e também sob a forma de sêmen e embriões congelados, mantidos em um banco genético, que conta hoje com mais de 50 mil doses de sêmen de diversas espécies, especialmente bovinos, e aproximadamente 500 embriões. Esse material fica conservado em botijões de nitrogênio líquido a uma temperatura de 196°C abaixo de zero. Atualmente, a Embrapa dispõe também de um banco de DNA.
Conservação de micro-organismos: inseticidas biológicos e cogumelos comestíveis são exemplos concretos da sua importância para a população
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia investe também na conservação de estirpes nativas de micro-organismos, que podem ser utilizadas pela comunidade científica em diversos programas de pesquisa.
A Unidade dispõe de coleções de bactérias, fungos e vírus com potencial para diversas aplicações, entre as quais se destaca a utilização como agentes de controle biológico de insetos e pragas agrícolas.
Um dos exemplos bem sucedidos de utilização desses micro-organismos em prol da sociedade brasileira é o desenvolvimento de quatro bioinseticidas para controle de insetos-praga e mosquitos transmissores de doenças que já estão no mercado ou em fase final de registro. Os bioinseticidas são produtos biológicos que não causam danos à saúde humana de animais e ao meio ambiente.
São eles: Sphaerus SC para controle do mosquito transmissor da malária e de pernilongos; Bt-horus: para controle do mosquito transmissor da dengue; Ponto.Final: para controle de lagartas que atuam como pragas agrícolas e, mais recentemente, o “Fim da Picada” para controle de borrachudos.
Todos esses inseticidas biológicos foram produzidos a partir de bactérias retiradas do banco genético da Unidade, que hoje conta com mais de 2300 estirpes ou raças de bactérias coletadas no solo brasileiro.
O desenvolvimento dos bioinseticidas é um resultado concreto e ilustra a importância da conservação de micro-organismos em prol de uma agricultura mais saudável, tanto para o consumidor quanto para o produtor rural.
Outra coleção de destaque é o banco de cogumelos para uso humano, que conta com mais de 300 espécies desses fungos. É importante enfatizar que os cogumelos são alimentos muito nutritivos - com quantidade de proteínas quase equivalente a da carne e acima de alguns vegetais e frutas, ricos em vitaminas e carboidratos, e com baixo teor de gordura.
O consumo desses produtos no Brasil – cerca de 130 gramas por habitante - ainda é muito baixo quando comparado com outros países, como por exemplo, a França onde o consumo chega a 2 kg por habitante, a Itália, onde se consome cerca de 1,3 kg, e a Alemanha, na qual o consumo alcança 4 kg. Os esforços da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em desenvolver pesquisas de coleta, caracterização e conservação desses fungos têm por objetivo diminuir os custos com o cultivo e, assim, contribuir para aumentar o consumo no país.
As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Fonte: Agrolink
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