Divulgado nesta terça-feira (12.04), o relatório de oferta e demanda mundial de trigo do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revela as causas pelas quais as cotações estão tão baixas no mercado internacional – com reflexos no mercado doméstico brasileiro. Basicamente, o mundo está consumindo menos do cereal de inverno, provocando forte aumentos dos estoques, o que pode pressionar ainda mais os preços no médio prazo.
“Houve um aumento de 150 mil toneladas nos estoques iniciais e de 820 mil toneladas na produção mundial. Isto, somado à redução de 680 mil toneladas no consumo mundial, produziu um aumento de 1,67 milhão de toneladas nos estoques finais mundiais”, comenta o analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.
O relatório do USDA desta terça-feira deixou inalteradas a produção e o consumo na Argentina. A exceção ficou por conta das exportações, que foram elevadas de 7,0 milhões de toneladas para 7,5 milhões de toneladas para a safra 2015/16.
Com relação ao Brasil, o USDA manteve a sua estimativa de produção em 5,54 milhões de tons, mas reduziu o consumo, de 10,60 milhões de tons para 10,20 milhões, implicando em uma necessidade menor de importações, que caíram de 6,5 milhões de toneladas, para 6,0 milhões de tons. Com isso, foi também reduzido o estoque final de 1,01 milhão de tons, para 910 mil toneladas.