12
nov
2013
MS quer exportar soja e milho pelo Pacífico
Técnicos traçam duas rotas de Campo Grande até o Chile e avaliam estrutura e custos. Apesar da falta de asfalto e das limitações dos portos, saída a Oeste mostra-se atraente
Cassiano Ribeiro, enviado especial
Ao mesmo tempo em que expande a agricultura, Mato Grosso do Sul busca alternativas para a exportação de grãos. Até a próxima safra, o estado quer embarcar soja e milho pelo Chile. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), os portos de Arica e Iquique têm condições de absorver uma parte do volume exportável e com custos competitivos em relação a Paranaguá e Santos, os dois principais canais usados atualmente pelo estado.
Uma comitiva com mais de 100 pessoas, incluindo produtores rurais, técnicos e representantes de empresas de transportes de cargas do estado do Centro-Oeste, percorreu duas rotas até os portos chilenos: uma pelo Chaco do Paraguai e outra diretamente pela Bolívia. Ambas são consideradas viáveis.
“A rota boliviana é mais longa, mas totalmente asfaltada. A paraguaia é 600 quilômetros mais curta, mas tem um trecho de mais de 400 quilômetros sem pavimentação”, afirma Lucas Galvan, diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja), entidade ligada à Famasul, que acompanhou a comitiva.
Ele diz que alguns “detalhes burocráticos” precisam ser ajustados para viabilizar a exportação pelo Chile. Dependendo da situação em Paranaguá, alguns transportadores podem usar a nova opção pela primeira ainda vez nesta safra, confirma. No último ano, o porto de Rio Grande (RS) foi destino de cargas sul-mato-grossenses, por conta da sobrecarga no Paraná e em Santos.
Competitividade
Os corredores de exportação chilenos são mais longes: 1,7 mil e 2,3 mil quilômetros – ante 1,1 mil quilômetros entre Campo Grande e Paranaguá. Os exportadores avaliam o ganho com taxas de embarque mais baratas em relação aos portos brasileiros.
Além disso, o tempo que os navios levam até a China, principal comprador da soja brasileira, é menor. “Do Chile até porto até Xangai são 28 dias de viagem. De Paranaguá, normalmente são 35 dias ou até mais”, argumenta Galvan.
A tarifa cobrada no porto para transbordo das cargas de caminhões para os navios é de R$ 15 a R$ 16 por tonelada. Em Paranaguá, o valor é de R$ 30 por tonelada. Essa diferença acaba sendo anulada no preço do frete de caminhão, que custa R$ 100 por tonelada até os portos brasileiros.
Pastagens sofrem nova investida da agricultura
Quinto maior produtor de soja do país, Mato Grosso do Sul aumenta novamente a área plantada com grãos reduzindo pastagens e recuperando áreas degradadas. Segundo a Famasul, que representa os sindicatos rurais do estado, ainda há 1,5 milhão de hectares agricultável, 500 mil localizados em regiões chuvosas.
Nesta safra, a área de soja de verão cresceu cerca de 5%, para 2,1 milhões de hectares, conforme os técnicos da entidade. O paranaense Nelson Antonini, que migrou para Naviraí (Sul de MS) há pouco mais de dez anos, é um dos que ampliou as apostas no cultivo da oleaginosa. Está plantando 10 mil hectares, contra 8,4 mil hectares no ano passado. “Meu plano era aumentar em 25% ao ano área plantada durante uma década. Agora, a tendência é que esse ritmo diminua”, diz.
Ele comprou áreas degradadas que rendiam pouco no uso pela pecuária de corte. Gastou R$ 10 mil por hectare, pelo menos um terço do valor praticado em regiões produtivas, e investiu outros R$ 3 mil por hectare no primeiro ano para melhorar as condições do solo para os grãos. Os preços das terras estão em alta na região, mas ainda são considerados competitivos na comparação com estados como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Minas.
Cassiano Ribeiro, enviado especial
Ao mesmo tempo em que expande a agricultura, Mato Grosso do Sul busca alternativas para a exportação de grãos. Até a próxima safra, o estado quer embarcar soja e milho pelo Chile. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), os portos de Arica e Iquique têm condições de absorver uma parte do volume exportável e com custos competitivos em relação a Paranaguá e Santos, os dois principais canais usados atualmente pelo estado.
Uma comitiva com mais de 100 pessoas, incluindo produtores rurais, técnicos e representantes de empresas de transportes de cargas do estado do Centro-Oeste, percorreu duas rotas até os portos chilenos: uma pelo Chaco do Paraguai e outra diretamente pela Bolívia. Ambas são consideradas viáveis.
“A rota boliviana é mais longa, mas totalmente asfaltada. A paraguaia é 600 quilômetros mais curta, mas tem um trecho de mais de 400 quilômetros sem pavimentação”, afirma Lucas Galvan, diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja), entidade ligada à Famasul, que acompanhou a comitiva.
Ele diz que alguns “detalhes burocráticos” precisam ser ajustados para viabilizar a exportação pelo Chile. Dependendo da situação em Paranaguá, alguns transportadores podem usar a nova opção pela primeira ainda vez nesta safra, confirma. No último ano, o porto de Rio Grande (RS) foi destino de cargas sul-mato-grossenses, por conta da sobrecarga no Paraná e em Santos.
Competitividade
Os corredores de exportação chilenos são mais longes: 1,7 mil e 2,3 mil quilômetros – ante 1,1 mil quilômetros entre Campo Grande e Paranaguá. Os exportadores avaliam o ganho com taxas de embarque mais baratas em relação aos portos brasileiros.
Além disso, o tempo que os navios levam até a China, principal comprador da soja brasileira, é menor. “Do Chile até porto até Xangai são 28 dias de viagem. De Paranaguá, normalmente são 35 dias ou até mais”, argumenta Galvan.
A tarifa cobrada no porto para transbordo das cargas de caminhões para os navios é de R$ 15 a R$ 16 por tonelada. Em Paranaguá, o valor é de R$ 30 por tonelada. Essa diferença acaba sendo anulada no preço do frete de caminhão, que custa R$ 100 por tonelada até os portos brasileiros.
Pastagens sofrem nova investida da agricultura
Quinto maior produtor de soja do país, Mato Grosso do Sul aumenta novamente a área plantada com grãos reduzindo pastagens e recuperando áreas degradadas. Segundo a Famasul, que representa os sindicatos rurais do estado, ainda há 1,5 milhão de hectares agricultável, 500 mil localizados em regiões chuvosas.
Nesta safra, a área de soja de verão cresceu cerca de 5%, para 2,1 milhões de hectares, conforme os técnicos da entidade. O paranaense Nelson Antonini, que migrou para Naviraí (Sul de MS) há pouco mais de dez anos, é um dos que ampliou as apostas no cultivo da oleaginosa. Está plantando 10 mil hectares, contra 8,4 mil hectares no ano passado. “Meu plano era aumentar em 25% ao ano área plantada durante uma década. Agora, a tendência é que esse ritmo diminua”, diz.
Ele comprou áreas degradadas que rendiam pouco no uso pela pecuária de corte. Gastou R$ 10 mil por hectare, pelo menos um terço do valor praticado em regiões produtivas, e investiu outros R$ 3 mil por hectare no primeiro ano para melhorar as condições do solo para os grãos. Os preços das terras estão em alta na região, mas ainda são considerados competitivos na comparação com estados como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Minas.
Fonte: Gazeta do Povo