03
dez
2014
MS dribla estrago de veranico no plantio
Agricultores de Mato Grosso do Sul enfrentaram mesmo problema do Norte do Paraná e do Paraguai, mas com perdas reduzidas

As lavouras de Mato Grosso do Sul, particularmente as do Sudoeste do estado, estão numa zona de transição climática, o que faz com que as previsões meteorológicas sejam sempre duvidosas. Chuva de 5 milímetros pode chegar cinco vezes mais forte. Previsão de 40 milímetros – o suficiente para o plantio – muitas vezes é garoa. O quadro exige atenção dos agricultores, que evoluíram em manejo e confirmaram que é possível driblar veranicos na fase de plantio, como o que causou perdas no Norte do Paraná e no Leste do Paraguai.

Do Sudoeste ao Norte de Mato Grosso do Sul, houve entre duas e quatro semanas de seca, relatam produtores e técnicos. Perto de 10% dos 2,5 milhões de hectares reservados à soja já tinham sido plantados. Boa parte dessas lavouras, no entanto, apresenta bom estado e deve render perto de 50 sacas por hectare, média do ano passado, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo, que faz um roteiro de 6 mil quilômetros no estado, além de Mato Grosso e Goiás.

Isso não significa que a umidade não fez falta. “A estiagem interrompeu o plantio e estamos com 15% das áreas para plantar quando já deveríamos ter encerrado a semeadura da soja ”, relata Leonardo Carlotto, técnico da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Em relação à produtividade, ele relata que o impacto foi reduzido. A Famasul prevê 47,9 sacas por hectare, ante 48,3 registrados em 2013/14, e safra de 6,6 milhões de toneladas. “Esse número considera possibilidade de chuva na colheita, que vai ser mais tardia”, acrescenta. Em 2010/11, o excesso de chuva causou perdas de mais de 50% nas áreas de colheita tardia.

Entre os produtores são comuns previsões de aumento na produtividade. Victor Kodan, que plantou 260 hectares de soja em Naviraí (Sudoeste), colheu 54 sacas por hectare na última temporada e agora espera mais de 55 sc/ha. Isso num ano em que foi preciso revolver o solo, quebrando o sistema de plantio direto , para corrigir excesso de alumínio. Alexandre Palharini, técnico que acompanha a situação de 10 mil hectares do Grupo Antonini na mesma região, afirma que, se o clima ajudar, o desempenho vai passar de 48 para 55 sc/ha.

A Expedição encontrou uma explicação para o impacto reduzido da seca no plantio na Fundação MS, em Maracaju, município que mais planta soja no estado (10% da área estadual, ou 230 mil hectares). “As lavouras plantadas no cedo que sofreram menos impacto da seca foram as que usaram sementes de ciclo semiprecoce [mais longo que o das precoces, que exigem clima regular] e crescimento indeterminado [com plantas mais lenientes]”, avalia Carlos Pitol, pesquisador da entidade.

Viagem na web

Acompanhe em tempo real as informações da equipe de campo no portal www.agrogp.com.br ou www.expedicaosafra.com.br


Fonte: Gazeta do Povo Online

 
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