13
fev
2015
MIP pode prolongar tecnologia de inseticidas
Caravana Embrapa promove capacitação de profissionais da assistência técnica para trabalharem com o manejo
Números da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) apontam que em países vizinhos ao Brasil existem em torno de 150 pragas invasoras, sendo que dez delas podem entrar a qualquer momento no País e causar prejuízos enormes à agricultura. O produtor desinformado, por sua vez, pode potencializar o descontrole de outras pragas aplicando inseticidas de grande impacto no momento errado, desequilibrando totalmente o sistema agroecológico e criando resistência contra as poucas moléculas de inseticidas que atualmente são disponibilizadas no mercado.
Com o objetivo de inibir tais situações que podem gerar um caos no controle de pragas dos mais variados sistemas produtivos, acontece até hoje a segunda fase da Caravana Embrapa, que reúne em torno de 50 profissionais de assistência técnica de empresas, cooperativas e universidades, com o objetivo de capacitá-los por meio de um treinamento em tomada de decisão no Manejo Integrado de Pragas (MIP). O evento acontece na sede da Embrapa Soja com palestras de pesquisadores da área de entomologia da instituição, além do trabalho em campo: técnicas como o pano de batida, armadilha luminosa, armadilha com feromônios, identificação de inimigos naturais, entre outros assuntos.
A Caravana da Embrapa é um projeto que entrou em prática no final de 2013, meses após chegada da Helicoverpa armigera – uma lagarta da soja - que ingressou no País em meados daquele ano. Assim, a instituição de pesquisa sistematizou todas as formas de identificação e controle das pragas envolvidas nos principais sistemas de produção e resgatou o MIP, uma prática que estava em desuso devido à baixa pressão que as pragas vinham fazendo nas lavouras.
Neste primeiro momento (de 2013 até agora), a Caravana da Embrapa passou por 18 estados, 35 polos de produção e capacitou por volta de seis mil técnicos para que as informações fossem multiplicadas. "Como a Helicoverpa era resistente a algumas moléculas (de inseticidas) devido ao uso em outras regiões do mundo, chegando ao Brasil se percebeu que os produtos não funcionavam. Por isso, resgatar outras táticas de controle, como o cultural (indisponibilização de alimentos para as pragas), biológico (preservação de inimigos naturais) e também usando de forma mais técnica os inseticidas, sem causar danos aos inimigos naturais, e preservar essas poucas moléculas que temos disponíveis no mercado, é uma estratégia acertada", explicou o coordenador da caravana e integrante da diretoria de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Sérgio Abud.
De acordo com Abud, que é biólogo de formação, nos dias atuais o manejo de pragas não deve ser mais realizado por cultura, talhão ou por propriedade rural, por exemplo, mas por sistema de produção. "Hoje, com uma safra sendo desenvolvida próxima a outra, temos pragas atuando em uma lavoura por oito gerações. Pode acontecer de se perder uma molécula de inseticida em apenas um ano se os cuidados não forem tomados. O MIP deve ser sistêmico", apontou ele.
Por fim, o coordenador da caravana explica que hoje é comum o produtor calendarizar as aplicações. "Hoje, entretanto, as pragas têm um aspecto mais generalista, atacando diversas culturas em fases variadas. Quando se aplica o inseticida dessa forma, pode-se posicionar o produto na hora errada, faltando quando de fato for um momento de alto risco", complementou. A ideia é que a segunda fase da caravana da Embrapa siga por outros estados nos próximos meses. As datas e locais ainda não estão confirmados.
Victor Lopes
Números da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) apontam que em países vizinhos ao Brasil existem em torno de 150 pragas invasoras, sendo que dez delas podem entrar a qualquer momento no País e causar prejuízos enormes à agricultura. O produtor desinformado, por sua vez, pode potencializar o descontrole de outras pragas aplicando inseticidas de grande impacto no momento errado, desequilibrando totalmente o sistema agroecológico e criando resistência contra as poucas moléculas de inseticidas que atualmente são disponibilizadas no mercado.
Com o objetivo de inibir tais situações que podem gerar um caos no controle de pragas dos mais variados sistemas produtivos, acontece até hoje a segunda fase da Caravana Embrapa, que reúne em torno de 50 profissionais de assistência técnica de empresas, cooperativas e universidades, com o objetivo de capacitá-los por meio de um treinamento em tomada de decisão no Manejo Integrado de Pragas (MIP). O evento acontece na sede da Embrapa Soja com palestras de pesquisadores da área de entomologia da instituição, além do trabalho em campo: técnicas como o pano de batida, armadilha luminosa, armadilha com feromônios, identificação de inimigos naturais, entre outros assuntos.
A Caravana da Embrapa é um projeto que entrou em prática no final de 2013, meses após chegada da Helicoverpa armigera – uma lagarta da soja - que ingressou no País em meados daquele ano. Assim, a instituição de pesquisa sistematizou todas as formas de identificação e controle das pragas envolvidas nos principais sistemas de produção e resgatou o MIP, uma prática que estava em desuso devido à baixa pressão que as pragas vinham fazendo nas lavouras.
Neste primeiro momento (de 2013 até agora), a Caravana da Embrapa passou por 18 estados, 35 polos de produção e capacitou por volta de seis mil técnicos para que as informações fossem multiplicadas. "Como a Helicoverpa era resistente a algumas moléculas (de inseticidas) devido ao uso em outras regiões do mundo, chegando ao Brasil se percebeu que os produtos não funcionavam. Por isso, resgatar outras táticas de controle, como o cultural (indisponibilização de alimentos para as pragas), biológico (preservação de inimigos naturais) e também usando de forma mais técnica os inseticidas, sem causar danos aos inimigos naturais, e preservar essas poucas moléculas que temos disponíveis no mercado, é uma estratégia acertada", explicou o coordenador da caravana e integrante da diretoria de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Sérgio Abud.
De acordo com Abud, que é biólogo de formação, nos dias atuais o manejo de pragas não deve ser mais realizado por cultura, talhão ou por propriedade rural, por exemplo, mas por sistema de produção. "Hoje, com uma safra sendo desenvolvida próxima a outra, temos pragas atuando em uma lavoura por oito gerações. Pode acontecer de se perder uma molécula de inseticida em apenas um ano se os cuidados não forem tomados. O MIP deve ser sistêmico", apontou ele.
Por fim, o coordenador da caravana explica que hoje é comum o produtor calendarizar as aplicações. "Hoje, entretanto, as pragas têm um aspecto mais generalista, atacando diversas culturas em fases variadas. Quando se aplica o inseticida dessa forma, pode-se posicionar o produto na hora errada, faltando quando de fato for um momento de alto risco", complementou. A ideia é que a segunda fase da caravana da Embrapa siga por outros estados nos próximos meses. As datas e locais ainda não estão confirmados.
Victor Lopes
Fonte: Folha Web