28
mai
2014
Milho e soja têm boa produtividade apesar das interpéries climáticas e do severo ataque de pragas

Mesmo com os desafios provocados pelas intempéries climáticas – excesso de chuvas em algumas regiões e seca em outras localidade –, e apesar da ação predatória de diversas pragas, a produção brasileira de grãos manteve boa produtividade média por hectares nos primeiros três meses de 2014. Os dados constam de levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O estudo destaca que, apesar do forte calor e da escassez de chuvas na região Sul do país, “o encerramento da Safra de Verão 2014 apresentou resultados satisfatórios na maioria das áreas pesquisadas pelo projeto Campo Futuro”.

Os agricultores, apesar de garantirem índices favoráveis de produtividade, enfrentaram dificuldades no combate às pragas, sobretudo os produtores de soja para controlar a chamada falsa-medideira (Pseudoplusia includens). De acordo com o levantamento do CepeaCNA, o período mais intenso da ação dessa lagarta nas lavouras ocorreu justamente “quando a soja estava com maior estatura e o dossel fechado”. Apesar desses obstáculos, os sojicultores conseguiram superar as dificuldades e manter níveis médios de produtividade do cereal.

Chuva e seca - A gangorra enfrentada pelos produtores de milho e soja na região do Cerrado e no Sul do país, ora com chuvas em excesso – como do Mato Grosso, ora com estiagem acentuada – como no Rio Grande do Sul e no Paraná, não impediu a manutenção de bons índices de produtividade média por hectare nessas localidades. É o caso da soja mato-grossense. Previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) indicam que a safra nessa região deve atingir o recorde de 26,6 milhões de toneladas.

Perda com a safra e prejuízo para o produtor de soja aconteceu no Norte do Paraná, segundo informações da Secretaria de Agricultura daquele Estado. Essa região paranaense foi a que mais sofreu os impactos da estiagem e do excesso de calor, ocorridos no final de 2013 e nos dois primeiros meses de 2014, provocando queda de 30% na produção. Já com relação ao Oeste daquele Estado, a situação foi totalmente diversa: a produtividade esperada é de 60 sacas/ hectare, semelhante ao ocorrido em 2013.

Defensivos agrícolas - Outra questão relevante para os produtores diz respeito aos preços dos defensivos utilizados no controle das pragas, caso da Helicoverpa armigera e da Pseudoplusia sp., cuja incidência é elevada na região do Cerrado, com os níveis superando àqueles verificados no ano passado.

Os números do Cepea/CNA, com base em coeficientes técnicos levantados no painel da região de Rio Verde (GO) e nos valores médios dos preços praticados pelo mercado de defensivos entre fevereiro e abril deste ano, indicam que o desembolso do agricultor com inseticidas atingiu a R$ 217,58/ha, índice 5,8% superior ao do mesmo período de 2013.

 

Fonte: Cultivar

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