A Consultoria Trigo & Farinhas reduziu em 2,69% a projeção de produção de trigo do Mercosul em relação a sua estimativa anterior (julho 2017). Em comparação com a safra anterior, o bloco composto por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai colheria 6,17% menos do cereal de inverno.
“Não é uma projeção definitiva, apenas o retrato do que se pode perceber no momento. As principais quebras de produção deverão ocorrer no Brasil (principalmente no Paraná) e no Paraguai. As safras do Rio Grande do Sul e do Uruguai também terão quebras, mas ainda não estão definidas. Por enquanto, a produção da Argentina permanece inalterada em 17,5 milhões, apresenta alguns problemas, mas, como está no seu início, não há condições de alterar o seu potencial produtivo”, justifica a T&F.
De acordo com a projeção, a produção argentina deverá aumentar 6,06% para 17,5 milhões de toneladas, mas este aumento não deverá compensar a quebra de 2,56 milhões de toneladas dos demais participantes do bloco. Com isto, a produção total de trigo do Mercosul está estimada neste mês de agosto em 23,69 milhões de toneladas, cerca de 6,17% a menos do que a produção anterior, que foi de 25,25 MT.
Como a principal quebra será a do Brasil (cerca de 1,85 milhão de toneladas) a Consultoria Trigo & Farinhas acredita que a Argentina deverá direcionar mais grãos para cá. Isso deve ocorrer mesmo que o país vizinho siga mantendo sua exportação para fora do bloco, visto que está fazendo muito esforço para conseguir novos mercados.
Como efeito haverá uma forte redução de 28,22% nos estoques finais do Mercosul, ou cerca de 13,01% a menos do que a capacidade de um mês de moagem do bloco. Isso poderá implicar em aumento potencial das importações de outras origens.
A segunda consequência desta nova previsão do quadro de Oferta & Demanda é que muito provavelmente os preços do trigo no Mercosul poderão subir acima das cotações atuais, consideradas por todos muito baixas, mesmo em relação aos demais exportadores do mercado internacional. Atualmente os preços do trigo argentino para o período dezembro 2017 a fevereiro de 2018 oscilam entre US$ 190 e US$ 194/t.
Fonte: Agrolink
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