As cotações do cereal trigo em Chicago fecharam o dia 19/10 em US$ 4,32/bushel, praticamente nos mesmos níveis da semana anterior. O mercado foi pressionado pelas fracas inspeções de exportação de trigo dos Estados Unidos, assim como ainda continuou sentindo os efeitos do relatório baixista anunciado no dia 12/10. Soma-se a isso uma fraca demanda pelo produto dos EUA.
Em contraponto, o plantio mais lento do cereal nos EUA vem dando certa firmeza às cotações, impedindo que as mesmas voltem ao patamar dos US$ 4,00/bushel. No Mercosul, a tonelada FOB para exportação variou entre US$ 180,00 a US$ 190,00 na compra.
No Brasil, os preços se mantêm fracos. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 30,06/saco, enquanto no Paraná o mesmo variou entre R$ 33,50 e R$ 35,00, e em Santa Catarina entre R$ 33,00 e R$ 36,00/saco. Quanto aos lotes, no mercado gaúcho os mesmos ficaram em R$ 33,60/saco, enquanto no Paraná foram registrados valores entre R$ 34,80 e R$ 36,00/saco, e em Santa Catarina R$ 34,80/saco.
A colheita no Paraná chegava a 79% da área nesta semana, enquanto no Rio Grande do Sul a mesma não passava de 2%. O excesso de chuvas, com constantes temporais e granizo, estão praticamente liquidando a safra gaúcha, pelo menos em termos de qualidade. No Paraná as chuvas já começam igualmente a causar problemas junto às lavouras a serem colhidas. Em Santa Catarina as perdas se assemelham ao Rio Grande do Sul. O quadro, a cada dia que passa, se mostra mais complicado.
Mesmo assim os preços não melhoram, pois a qualidade do trigo novo tem sido muito ruim em boa parte das áreas colhidas. Além disso, mesmo com um Real a R$ 3,18 por dólar, as importações do Mercosul e da América do Norte continuam competitivas neste momento. Resta esperar para alguma mudança no início do próximo ano caso se confirme perdas igualmente nas lavouras argentinas, uruguaias e paraguaias. Neste contexto, o pouco que o Brasil terá de trigo superior deverá ser bem mais valorizado nos meses futuros.
Diante de tal quadro, nota-se que a comercialização da safra nova de trigo no Brasil se apresenta muito variável, já que “produtores com menor poder de especulação vem aceitando negociar a preços inferiores, enquanto os demais se retraem avaliando uma possibilidade de recuperação de preços” (cf. Safras & Mercado).
Fonte: CEEMA / UNIJUI
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