15
fev
2011
Mercado do trigo novamente travado

Após semanas de um maior volume de transações comerciais sendo fechadas, as negociações de trigo voltam a ficar escassas no Paraná, com queda principalmente das ofertas de produto por parte dos produtores.
 
Como naturalmente ocorre nesta época do ano, a safra de verão, toma todas as atenções de produtores e cooperativas, que precisam cuidar da colheita, translado, armazenamento, comercialização e escoamento da maior parte da safra até os porto e deixam de lado a comercialização da safra de inverno, que só volta a ser novamente intensificada após em abril, quando a colheita já está sendo finalizada e grande parte da safrinha já está plantada.

Excepcionalmente neste ano de 2011 temos ainda duas situações diferentes que devem travar ainda mais o mercado, que são os elevados preços da oleaginosa que irão garantir a rápida capitalização do produtor rural, e também a perspectiva extremamente positiva para o trigo até, no mínimo, o encerramento do primeiro semestre, com os preços de importação do cereal em alta e impulsionando também os preços aqui no mercado interno.
 
Analisando os dados oficiais e cálculos privados, estima-se que no mínimo 56% da safra 2010/11 brasileira de trigo já foi comercializada, o que significa dizer que há disponível no mercado menos de 2,6 milhões de toneladas das 5,88 milhões produzidas.

Com a maior parte deste total concentrado no Paraná, o estado torna-se uma das poucas opções de trigo nacional e os produtores sabendo disso estão postergando as vendas de trigo para o segundo trimestre quando a procura dos moinhos deve ser mais intensa e quando espera-se que os preços de venda sejam fixados sem maiores problemas acima dos R$ 500,00/ton.
 
Nesta semana, preços abaixo deste patamar já não são mais registrados, mas os valores são considerados apenas nominais, pois praticamente não há negócios fechados, com o preço de venda travado e os moinhos ainda resistentes em aceitar as ofertas.

Neste momento, a lentidão da comercialização também é uma estratégia para evitar os elevados custos do frete que estão sendo revistos praticamente com frequência diária, tendo em vista o aumento da demanda por caminhões para escoar o milho e a soja.

Ou seja, tudo indica que daqui até o final do próximo mês devemos ter este desenho do mercado inalterado para o trigo com pouquíssima evolução da comercialização.

Fonte: AF New - Notícias Agricola

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