Segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, uma configuração no padrão dos ventos está contribuindo para o forte deslocamento de uma massa de ar quente e seco do centro-norte do país em direção à região Sul. Esse fenômeno é impulsionado pela presença de um sistema de alta pressão sobre o oceano, que proporciona um padrão de circulação no sentido anti-horário. O posicionamento deste sistema favorece a concentração de ar úmido do oceano na costa leste do nordeste. Contudo, ao adentrar o centro do Brasil, esse vento já perde sua umidade.
Esse movimento de circulação faz com que o vento adquira um deslocamento de norte para sul, trazendo ar quente do Centro-Norte do país para o Sul. A previsão indica a ocorrência de rajadas de vento de 50 a 70 km/h, vindas do quadrante norte e nordeste, especialmente no Mato Grosso do Sul, oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e oeste do Rio Grande do Sul. Esse fenômeno também será mais intenso no sul da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina.
Diante desse cenário, há um alto risco para o alastramento de focos de incêndio. As imagens de satélite já mostram queimadas de grandes proporções. O calor, a baixa umidade e o vento constante agravam a situação, com temperaturas beirando os 30°C no Rio Grande do Sul, algo atípico para o inverno.
Essa condição de calor deve persistir até domingo, quando uma nova frente fria, associada a chuvas, começará a se formar. No início da próxima semana, as temperaturas devem cair, mas sem previsão de frio intenso.
A projeção de médio prazo sugere chuvas mais volumosas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e ao longo da costa desde o norte do Espírito Santo até o leste do Rio Grande do Norte nos próximos 15 dias. Entretanto, o sinal de chuvas para o norte de Goiás e Tocantins desapareceu das previsões, refletindo a incerteza comum em projeções de longo prazo. É crucial acompanhar as atualizações para verificar a persistência das previsões.
Fonte: Agrolink
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