As condições gerais das lavouras de soja da safra 2010/2011 são muito satisfatórias, com exceção do Rio Grande do Sul, onde o clima seco é motivo de preocupação para os produtores rurais. A seca também pode comprometer o desempenho da pecuária de corte e de leite no Estado. Segundo análise divulgada desta segunda-feira (31-01), na edição de janeiro do boletim “Custos e Preços”, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), “o resultado final da safra do Rio Grande do Sul e também na Argentina pode ser comprometido pelo clima adverso”
Dados da Superintendência Técnica da CNA mostram, no entanto, que o desempenho das lavouras de soja do Centro-Oeste é favorável, apesar de o clima seco ter atrasado o plantio das áreas no último trimestre do ano passado. No Mato Grosso, onde a colheita da safra 2010/2011 já começou, a produtividade das lavouras de soja superprecoce (aquela que tem ciclo de desenvolvimento mais curto) varia entre 55 e 56 sacas por hectare, rendimento favorável.
O boletim “Custos e Preços” avalia, também, as oscilações nos preços do arroz, feijão, milho, leite, café, boi, soja e algodão. Em janeiro, as cotações da soja apresentaram alta superior a 6% no mercado internacional devido aos problemas climáticos registrados na Argentina, à previsão de redução na área plantada com lavouras de soja nos Estados Unidos em 2011 e à firmeza das cotações dos contratos do mercado financeiro. Outro fator que deu sustentação aos preços da oleaginosa é a forte demanda mundial. Só a China importará sete milhões de toneladas a mais de soja em 2011.
No mercado interno, mesmo com o início do período de colheita e a baixa disponibilidade do grão, os preços da soja não apresentaram grandes mudanças na segunda semana de janeiro. No Paraná, o aumento foi de 2% para R$ 50,00 por saca de 60 quilos. No Mato Grosso, os preços subiram 4,65%, de R$ 43,00 para R$ 45,00 por saca.
Milho – As variações dos preços do milho também foram influenciadas pela situação climática na Argentina. No mês, o índice Esalq/BM&FBovespa (Campinas/SP) acumula alta de 11%. A partir de agora, as atenções dos produtores de milho estão voltadas para a definição do plantio de safrinha. “A tendência de recorde de área plantada para a segunda safra de milho, quadro motivado pelo cenário de preços atrativos e concorrência com o algodão na região Centro-Oeste”, revela o boletim “Custos e Preços”. A CNA alerta que, devido ao atraso das chuvas na safra de verão e conseqüente redução na janela de plantio, os riscos climáticos da safrinha deverão ser monitorados de perto pelos produtores.
Fonte: Canal do Produtor
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