28
jul
2023
Julho é o mês mais quente da HISTÓRIA

O mês de julho de 2023 está a caminho de se tornar o mês mais quente já registrado na história, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (WMO). As três primeiras semanas de julho foram o período de três semanas mais quente já registrado e o mês está a caminho de ser o julho mais quente, e o mês mais quente já registrado.

Essas temperaturas têm sido relacionadas a ondas de calor em grandes partes da América do Norte, Ásia e Europa, que, juntamente com incêndios florestais em países como Canadá e Grécia, tiveram grandes impactos na saúde das pessoas, no meio ambiente e nas economias. Este fenômeno tem consequências significativas para a agricultura global, com impactos diretos na produção de alimentos e no mercado de commodities.

 

Veja também: Como o El Niño está ajudando a gerar condições climáticas extremas?

 

Brasil: Ciclones e Agricultura

 

No Brasil, o aumento na frequência da passagem de ciclones extratropicais podem causar danos significativos à agricultura. Entre Junho e Julho, a passagem de alguns desses ciclones, levaram danos em culturas de trigo e milho, bem como nas áreas de pastagem. Além disso, os produtores de suínos e gado leiteiro enfrentaram perdas significativas, incluindo animais mortos e estruturas completamente destruídas.

 

Estados Unidos: Ondas de Calor e Secas

 

Nos Estados Unidos, a região das Grandes Planícies, conhecida por sua produção agrícola significativa, está enfrentando condições climáticas extremas que estão impactando as culturas e o gado. Após um período de seca, a região recebeu uma quantidade de chuva incomumente alta em maio, causando inundações que impediram os agricultores de plantar suas culturas a tempo. Agora, com o aumento das temperaturas, os agricultores estão preocupados com a possibilidade de outro ano de colheita pobre.

 

China: Recordes de Temperatura e Agricultura

 

Na China, uma cidade remota no noroeste árido, Sanbao, registrou um recorde nacional de 52,2°C. As temperaturas extremas em todo o hemisfério norte coincidem com a onda de calor nos Estados Unidos, destacando a urgência das conversas sobre as mudanças climáticas. Além da região norte, áreas produtoras no sul da China vêm enfrentando condições de estresse térmico nas lavouras de verão, o que afeta tanto a quantidade quanto a qualidade das colheitas.

 

União Europeia: Ondas de Calor e Crise do Azeite

 

Na União Europeia, a indústria do azeite está enfrentando uma crise à medida que a onda de calor no sul da Europa ameaça causar a segunda má colheita consecutiva, potencialmente levando a escassez nesta temporada. A Espanha, que produz cerca de metade da safra global de azeitonas, deve ter uma colheita apenas 28% maior do que no ano passado, que foi a pior em quase uma década.

 

Impactos no Mercado de Commodities

 

As mudanças climáticas e as temperaturas extremas estão afetando a produção agrícola em todo o mundo, o que pode ter um impacto significativo no mercado global de commodities. As perdas de produção podem levar a um aumento nos preços das commodities, afetando tanto os produtores quanto os consumidores. O exemplo disso é mais acentuado na alta do preço do Azeite Extravirgem produzido na Espanha, Portugal e Itália a alta de preço se aproxima dos 100% em relação ao mesmo período do ano anterior, onde os valores era de 4 euros por kg e agora passam dos 7 euros por kg.

 

Além disso, a volatilidade do clima pode aumentar a incerteza no mercado de commodities, levando a flutuações de preços mais frequentes e severas. Uma das preocupações se volta para a produção brasileira, caso as chuvas atrasem na região central do país, o início da safra de grãos de 2023/24 pode ser afetado. E se as chuvas forem excessivas na região sul – como estão sendo observadas – a colheita da safra de inverno pode ser comprometida.

Assim, as temperaturas extremas e as mudanças climáticas estão criando desafios significativos para a agricultura global. É crucial que os agricultores, os governos e as organizações internacionais trabalhem juntos para desenvolver estratégias de adaptação e mitigação para garantir a segurança alimentar global no futuro.

Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*

Fonte: Agrolink

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