O fenômeno meteorológico da inversão térmica pode ser a principal causa da deriva dos herbicidas, principalmente 2,4-D e Dicamba, que vêm causando inúmeros prejuízos para diversas culturas ao redor do mundo. É isso que alerta o engenheiro agrônomo Josué Verba que, dentre outros fatores, recomenda que os agricultores prestem atenção neste fenômeno antes de fazerem a aplicação dos defensivos.
“Inversão térmica é um fenômeno meteorológico em que o ar próximo ao solo apresenta uma temperatura menor que as camadas de ar superiores. Esta condição causa a suspensão de gotas de menor diâmetro (menores que 150 micras) na camada de ar invertida”, explicou o agrônomo.
Nesse cenário, Verba explica que as gotas do herbicida que ficam suspensas devido ao fenômeno podem ser carregadas por ventos laterais e levadas até outras plantações que não são tolerantes aos defensivos, causando então os prejuízos. Segundo ele é muito comum que esses ventos laterais ocorram nessas condições e as nuvens de neblina podem ser levadas a quilômetros de distância.
“Ainda pode ocorrer a deposição de uma maior dose dos herbicidas na própria cultura por sobreposição de aplicação. Em herbicidas voláteis a questão é mais preocupante, pois quando são expostos em camadas suspensas, a tendência é que fiquem em suspensão na atmosfera depositando após as condições de inversão retornarem à normalidade”, completa.
Alguns pesquisadores afirmam que mais de 3,1 milhões de hectares de soja podem ter sofrido algum tipo de injuria causada pela deriva de Dicamba em 2017. “Existem muitas especulações a respeito da causa das inversões, mas um dos fatores mais prováveis dessas contaminações é a ocorrência do fenômeno”, afirma.
Durante as próximas semanas o portal Agrolink irá realizar uma série de reportagens, em parceria com diversos especialistas da área, para auxiliar o produtor a compreender a influência do fenômeno e também como ele deve se proteger da deriva.
Fonte: Agrolink
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