03
fev
2015
Infestação de falsa-medideira preocupa no PR

O forte calor e a falta de chuva na fase de desenvolvimento do grão não são os únicos desafios dos produtores paranaenses na safra 2014/15. Praticamente todas as regiões produtoras do estado estão sofrendo com a infestação da lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens), constatou a equipe da Expedição Safra Gazeta do Povo em trajeto de 2 mil quilômetros pelo Paraná na última semana.

De acordo com relatos de técnicos e produtores, a falsa-medideira sempre esteve presente nas lavouras paranaenses, mas até então em quantidade controlável. Nesta temporada, a população da lagarta aumentou de forma exponencial. "É o maior ataques dos últimos dez anos. Antigamente eram de 4 a 10 lagartas por batida. Hoje você encontra 30 por batida", contextualiza o agrônomo Pelisson Kaminski.

Essa é a situação da lavoura do produtor Edgar Szabo, em Guarapuava, região Centro-Sul. Na visita que a equipe da Expedição Safra realizou a propriedade, 31 lagartas foram contatas em uma única batida. "Tem hora que passa de 40. Eu nunca vi isso", diz Szabo.

A solução encontrada por Szabo para garantir a produtividade dos 1,2 mil hectares de soja foi dobra o número de aplicações de inseticida. "Enquanto na temporada passada eram suficientes três, neste ano já chegou a seis, podendo aumentar", conta. Essa intensificação na defesa aumentou o custo de produção em R$ 100 por hectare.

A corrida pelos produtos para combater o avanço da lagarta nas lavouras gerou desabastecimento nas lojas de produtos agrícolas e cooperativas. Em alguns casos, certas marcas sumiram das prateleiras.

"Em 10 dias desta safra vendemos mais das três principais marcas de inseticidas do que no ano passado inteiro", destaca Paulo Roberto Follmann, gerente da área técnica da Coasul, cooperativa instalada no município de São João.

A epidemia de falsa-medideira também atingiu as regiões Norte, Norte Pioneiro, Campos Gerais e Oeste do Paraná. Porém, de acordo com técnicos e produtores ouvidos pela Expedição Safra, o ataque não compromete a produtividade das lavouras. A consequência é a elevação do custo de produção em época de margens apertadas.

 

Fonte: Agro Gazeta do Povo

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