14
out
2014
Incerteza sobre clima empurra a soja

Os preços da soja fecharam com expressiva alta nesta segunda-feira nos futuros de Chicago, recuperando-se das perdas ocorridas na sexta-feira.

O comportamento climático volta a centro da formação do preço, com atraso da colheita nos EUA e paralisação do plantio no Brasil. Lá, o problema é o excesso de chuvas e aqui, a baixa umidade dos solos.

As projeções indicam ainda muita chuva nestes dias nas áreas centrais e sul do cinturão de produção dos EUA. A tendência é a abertura de um período de tempo bom a partir do meio desta semana. Isto deve propiciar um avanço mais significativo dos trabalhos de campo.

No Brasil, as projeções indicam que chuvas mais expressivas devem acontecer somente a partir do próximo fim de semana. Mas, as irregularidades tendem a continuar por mais tempo em muitas áreas de produção.

Fechamentos: novembro, a U$ 9,4525, alta de 22,75 cents/bu e maio, a U$ 9,70, ganhos de 23 cents/bu.

A atualização dos números de colheita, muito aguardada pelo mercado, será apresentada pelo USDA somente nesta terça-feira. Nesta segunda é feriado parcial (Columbus Day) e muitos órgãos do governo ficaram fechados. Até o início da semana passada, apenas um quinto da safra havia sido colhido, contra a média de um terço dos anos anteriores.

A queda da cotação do dólar frente a outras moedas também ajudou a impulsionar os mercados, uma vez que acaba barateando, nos mercados internacionais, os produtos denominados nesta moeda.

Relatório - O número mais importante do relatório de oferta e demanda de outubro, divulgado pelo USDA na última sexta-feira, foi a redução de área semeada nos EUA. A partir deste dado se sucederam uma série de desdobramentos e ajustes nos níveis de produção e estoques.

A área semeada foi avaliada em 34,07 milhões de hectares, um corte de quase 300 mil hectares sobre os 34,32 milhões de hectares projetados anteriormente. A área colhida cai na mesma proporção, para 33,75 milhões de hectares, ainda assim recorde histórico. Mesmo com o corte, pela primeira vez a área colhida com soja é maior que a área de milho.

Apesar da queda da área, a produção foi avaliada em 106,87 milhões de tons, ante 106,5 milhões de tons de setembro. Isto se explica pelo aumento da produtividade, que sobe a 52,8 sacas/ha comparativamente a 52,2 sacas/ha do mês passado. Os estoques finais dos EUA foram estimados em queda - de 12,93 milhões de tons para 12,26 milhões de tons, agora, em outubro. De qualquer maneira, se trata de uma expressiva recuperação dos estoques, sobretudo se comparado aos estoques de apenas 2,5 milhões de tons da última temporada.

A produção mundial foi avaliada nos mesmos patamares do mês anterior, em 311,2 milhões de tons. Isto representa aumento de 9% sobre as 285,0 milhões de tons do ciclo anterior. Os estoques finais saltam para 90,67 milhões de tons, ante 66,49 milhões de tons do período 2013/14.

Para Brasil e Argentina, as estimativas seguem inalteradas em relação ao mês passado, 94,0 e 55,0 milhões de tons, respectivamente. Na safra anterior as colheitas foram de 86,7 milhões de tons no Brasil e de 54,0 milhões de tons na Argentina.

As importações da China para a temporada 2014/15 seguem avaliadas em 74,0 milhões de tons, ante 69,0 milhões de tons da estação passada. (Veja mais números na última página deste boletim).

Plantio - De acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado, até a última sexta-feira, o plantio da safra brasileira de soja tinha alcançado 5,7%, ante 3% da semana anterior. Na mesma data do ano passado o índice era de 7% e, na média histórica, de 10%. No Paraná, os trabalhos foram concluídos em 19%; no Mato Grosso, em 7% e no Mato Grosso do Sul, em 5%. A falta de chuvas está impondo atraso nos trabalhos em todas as regiões produtoras.

Mercado interno - Mais uma semana que promete ser lenta. As irregularidades climáticas, sobretudo com o atraso do plantio no Brasil, estão deixando os produtores esperançosos sobre uma possível recomposição dos preços. Daí a justificativa para manter-se fora do mercado por enquanto. Na contramão dos ganhos externos, a taxa de câmbio voltou a cair de forma acentuada.
O dólar se enfraqueceu contra as principais moedas e, internamente, as variáveis políticas impuseram mais pressão. Indicações de compra no oeste do estado entre R$ 58,50 e R$ 59,00 e em Ponta Grossa, entre R$ 59,00 e R$ 60,00 por saca.

 

Fonte: Granoeste Corretora de Cereais e Sementes

 
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