Em junho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2021 deve totalizar o recorde de 258,5 milhões de toneladas, 1,7% acima (4,4 milhões de toneladas) da obtida em 2020 (254,1 milhões de toneladas), mas com um declínio de 1,6% (-4,2 milhões de toneladas) em relação à informação anterior (262,8 milhões de toneladas). O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 68,1 milhões de hectares, sendo 4,0% (2,6 milhões de hectares) maior que a área de 2020 e 0,1% (85,9 mil hectares) maior do que o previsto no mês anterior.
Estimativa de JUNHO para 2021 258,5 milhões de toneladas
Variação JUNHO 2021/MAIO 2021 (-1,6%) – 4,2 milhões de toneladas
Variação safra 2021/ safra 2020 (1,7%) 4,4 milhões de toneladas
O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,6% da estimativa da produção e respondem por 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2020, houve acréscimos de 6,7% na área do milho (2,5% na primeira safra e 8,2% na segunda) e de 4,3% na da soja. Por outro lado, houve declínios de 16,1% na área do algodão herbáceo e de 0,1% na área do arroz.
Espera-se recorde na produção de soja, totalizando 133,3 milhões de toneladas, com alta de 9,7% na comparação com 2020. A produção do arroz foi estimada em 11,2 milhões de toneladas, com alta de 1,5%. Houve declínio de 8,0% na produção de milho (queda de 3,0 % na primeira safra e de 9,7% na segunda), totalizando 95,0 milhões de toneladas. A estimativa de produção de algodão herbáceo também teve queda (-19,9%), totalizando 5,7 milhões de toneladas.
A informação de junho para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2021 alcançou 258,5 milhões de toneladas e uma área colhida de 68,1 milhões de hectares. Em relação a 2020, a área a ser colhida cresceu 4,0% (2,6 milhões de hectares). Frente ao previsto no mês anterior, houve alta de 85,9 mil hectares (0,1%).
As regiões Sul (10,2%), Sudeste (3,4%), Norte (0,2%) e Nordeste (5,3%) tiveram acréscimos em suas estimativas. O Sul deve produzir 80,5 milhões de toneladas (31,1% do total do país), o Sudeste, 26,6 milhões de toneladas (10,3% do total), o Nordeste, 23,8 milhões (9,2% do total) e o Norte, 11,0 milhões (4,3% do total). Já o Centro-Oeste teve queda de 4,3% em sua estimativa e deve produzir 116,6 milhões de toneladas em 2021(45,1%) do total do país.
Entre as unidades da Federação, o Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,4%, seguido pelo Paraná (14,7%), Rio Grande do Sul (14,2%), Goiás (9,2%), Mato Grosso do Sul (8,2%) e Minas Gerais (6,3%), que, somados, representaram 80,0% do total nacional. As variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Maranhão (27,2 mil toneladas), no Acre (7,1 mil toneladas), em Santa Catarina (3,7 mil toneladas) e no Rio de Janeiro (35 toneladas). Já as quedas ocorreram em Goiás (-2,0 milhões de toneladas), Mato Grosso do Sul (-852,2 mil toneladas), Minas Gerais (-654,5 mil toneladas), Paraná (-480,6 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (- 10,9 mil toneladas).
Destaques na estimativa de junho de 2021 em relação à de maio
Em junho, destacaram-se as variações positivas nas seguintes estimativas de produção em relação a maio: soja (0,3% ou 345,3 mil toneladas), cevada (1,9% ou 8,5 mil toneladas), trigo (0,1% ou 4,5 mil toneladas) e aveia (0,4% ou 3,7 mil toneladas).
Por outro lado, são esperadas quedas na produção do milho 2ª safra (-5,6% ou 4,1 milhões de toneladas), do sorgo (-7,0% ou 198,4 mil toneladas), do arroz (-1,2% ou 141,8 mil toneladas), do feijão 2ª safra (-5,7% ou 58,6 mil toneladas), do milho 1ª safra (-0,2% ou 41,1 mil toneladas), do feijão 3ª safra (-4,3% ou 25,0 mil toneladas) e do feijão 1ª safra (-1,4% ou 17,6 mil toneladas).
ARROZ (em casca) – A estimativa da produção foi de 11,2 milhões de toneladas, redução de 1,2% em relação ao mês anterior, devido a menor produtividade das lavouras. A produção é suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro, possibilitando um maior equilíbrio nos preços do cereal, que alcançou patamares históricos em 2020, alavancados pelo aumento do consumo interno e pelo aumento das exportações dado pelo estímulo cambial. Frente a 2020, a produção nacional cresceu 1,5%. A maior queda mensal vem da reavaliação das informações de Rondônia, que reduziu a estimativa da produção de arroz em 62,2%. O Rio Grande do Sul, responsável por 71,1% da produção nacional, manteve as estimativas anteriores.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 7,9 milhões de toneladas, crescimentos de 0,1% em relação ao mês anterior e de 26,8% em relação ao ano anterior, com o rendimento médio devendo aumentar 19,7%. A Região Sul deve responder por 89,9% da produção tritícola nacional em 2021. No Paraná, maior produtor de trigo, com participação de 49,1% no total nacional, a produção foi estimada em 3,9 milhões de toneladas, crescimento de 24,1% no ano. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor, com participação de 38,9% do total nacional, deve produzir 3,1 milhões de toneladas, crescimento de 45,6% em relação ao ano anterior. Em Santa Catarina, a estimativa da produção foi de 150,0 mil toneladas, declínio de 13,5% na comparação com 2020.
A estimativa da produção da aveia foi de 1 025,6 mil toneladas, aumento de 0,4% em relação a maio e crescimento de 10,9% em relação ao ano anterior. Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores, com estimativas de 783,1 mil toneladas e 169,5 mil toneladas, respectivamente. Em Santa Catarina, a estimativa da produção encontra-se em 36,2 mil toneladas, aumento de 46,3% em relação a 2020. A Região Sul concentra 96,4% da produção brasileira do cereal.
Para a cevada, a produção estimada encontra-se em 448,5 mil toneladas, aumento de 1,9% em relação ao mês anterior, e crescimento de 18,4% em relação ao ano anterior. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 327,2 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 107,6 mil toneladas, cujas produções somadas representam 96,9% do total nacional.
FEIJÃO (em grão) – A sexta estimativa da produção total nacional de feijão foi de 2,8 milhões de toneladas, declínio de 3,5% em relação ao mês anterior. A área a ser colhida foi reduzida em 0,9 % e o rendimento médio em 2,6%. Os declínios mais intensos da produção foram no Ceará (-3,3%), Rio Grande do Norte (-21,3%), Minas Gerais (-7,6%), Paraná (-6,8%), Mato Grosso do Sul (-17,4%) e Distrito Federal (-26,4%), havendo incremento na estimativa de produção apenas em Goiás (1,9%).
Com relação à variação anual, a estimativa para a área a ser colhida aumentou 1,0%. Para a produção houve declínio de 3,5%, enquanto que a estimativa para o rendimento médio foi reduzida em 4,5%.
A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, declínio de 1,4% frente à estimativa de maio. A área a ser colhida sofreu redução de 0,6% e o rendimento médio, também foi estimado 0,8% menor. Houve declínio na produção do Ceará (-3,7%), Rio Grande do Norte (-21,7%), Minas Gerais (-2,5%), Mato Grosso do Sul (-0,9%), Goiás (-2,1%) e Distrito Federal (-10,0%).
A 2ª safra foi estimada em 973,1 mil toneladas, um recuo de 5,7% frente à estimativa de maio, havendo também declínios de 0,6% na estimativa da área a ser colhida e de 5,2% na estimativa do rendimento médio. Houve aumento na estimativa da produção somente no Ceará (5,5%) e declínios em Minas Gerais (-3,8%), Paraná (-12,6%), Mato Grosso do Sul (-18,3%), Goiás (-16,8%), Maranhão (-0,8%) e Distrito Federal (-84,0%). A segunda safra representa 34,9% do total de feijão produzido no País.
Quanto à variação anual, a estimativa de produção da 2ª safra de feijão declinou 3,4% em relação a 2020. Para o rendimento médio foi previsto uma redução de 8,9% e, para a área a ser colhida, aumento de 6,1%.
Na 3ª safra, a estimativa de produção foi de 553,4 mil toneladas, redução de 4,3% frente à previsão de maio. A área a ser colhida também teve sua estimativa reduzida em 3,9%. Dos nove estados com informação para a 3ª safra de feijão, cinco mantiveram as estimativas do último levantamento. Houve declínios nas estimativas da produção em Minas Gerais (-14,7%), no Paraná (-4,8%) e no Distrito Federal (-40,5%). Apenas Goiás previu um aumento de 8,3% na estimativa de produção. A área a ser colhida foi reduzida em 1,7% e, o rendimento médio, em 1,3%.
MILHO (em grão) – Com uma área a ser colhida de 19,5 milhões de hectares e um rendimento médio de 4 878 kg/ha, em relação à última informação mensal, a estimativa da produção declinou 4,2%, totalizando 95,0 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção deve ser 8,0% menor, embora haja aumentos de 6,5% na área plantada e de 6,7% na área a ser colhida. O rendimento médio apresenta um declínio de 13,7%.
Na 1ª safra, a produção estimada foi de 25,8 milhões de toneladas, declínio de 0,2% em relação ao mês anterior. Houve aumento nas estimativas de produção, principalmente, no Acre (6,8% ou 4 943 toneladas), em Mato Grosso do Sul (1,4% ou 2 002 toneladas) e em Goiás (3,5% ou 52 816 toneladas) e declínios no Distrito Federal (-38,5% ou 37 800 toneladas), Paraná (-0,4% ou 12 800 toneladas), Minas Gerais (-0,5% ou 23 362 toneladas), Rio Grande do Norte (-25,5% ou 7 086 toneladas) e Ceará (-3,2% ou 19 168 toneladas).
Quanto à variação anual, a estimativa da produção encontra-se 3,0% menor que em 2020. Embora a área plantada esteja crescendo 2,1%, o rendimento médio declinou 5,4%.
Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 69,2 milhões de toneladas, declínio de 5,6% em relação ao mês anterior ou 4 113 425 toneladas a menos. Houve declínios nas estimativas de produção no Paraná (-4,6% ou 476 900 toneladas), Minas Gerais (-14,2% ou 485 870 toneladas), Mato Grosso do Sul (-15,8% ou 1 165 600 toneladas), Goiás (-19,8% ou 1 871 655 toneladas) e Distrito Federal (-37,7% ou 113 400 toneladas). Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção do milho 2ª safra encontra-se 9,7% menor, apesar da área plantada ter aumentado em 8,2%.
SOJA (em grão) – A estimativa da produção da soja foi de 133,3 milhões de toneladas, aumento de 0,3% em relação ao mês anterior. Em relação ao ano anterior, a estimativa da produção encontra-se 9,7% maior, o equivalente a 11,7 milhões de toneladas. Com a colheita concluída, a cultura se desenvolveu de maneira satisfatória na maioria dos estados, apesar do atraso na época do plantio. As maiores reavaliações em junho foram realizadas no Mato Grosso do Sul (2,5%), Distrito Federal (8,3%), Ceará (51,5%) e Acre (10,0%).
Em relação a 2020, a estimativa da produção cresceu 9,7%, ou mais 11,7 milhões de toneladas. A área plantada aumentou 4,4%, o equivalente a 1,6 milhão de hectares; a produtividade também cresceu 5,1%, o que representou um aumento de 168 kg/ha (2,7 sacas).
Apesar da recuperação da safra gaúcha, que está crescendo 79,4%, voltando a patamares normais, alguns estados importantes apresentam queda no rendimento médio das lavouras devido a problemas climáticos, sendo o caso do Mato Grosso (-3,4%), Paraná (-6,7%) e Goiás (-2,4%). Na Região que compõem os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA), apenas o Tocantins apresenta redução na produção (-6,3%), os demais apresentam aumentos expressivos como o Piauí (12,2%), Bahia (12,6%) e Maranhão (4,4%).
SORGO (em grão) – A estimativa da produção foi de 2,6 milhões de toneladas, declínio de 7,0% em relação ao mês anterior. A estimativa de área a ser colhida também apresentou declínio de 4,8%, assim como o rendimento médio, 2,3% menor. A Região Centro-Oeste, grande produtora deste grão com 53,8% da produção nacional, teve sua estimativa reduzida em 7,8%, em decorrência das perdas em Goiás (-11,0%), maior produtor nacional do cereal e responsável por 44,8% do total nacional, apesar do aumento estimado no Mato Grosso do Sul (46,3%) e no Distrito Federal (19,4%).
A estimativa da produção também declinou 9,2% em Minas Gerais, segundo maior produtor nacional e responsável por 29,4% do total nacional. A estimativa de produção do sorgo, em junho, foi 4,1% menor que no ano anterior, influenciada pela redução de 6,0% na área a ser colhida, principalmente, já que o rendimento foi 2,0% maior.
* informações do IBGE
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