A terceira estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totaliza 210 milhões de toneladas, resultado 0,2% superior ao obtido em 2015, que foi de 209,5 milhões de toneladas.
Os dados fazem parte do Lspa (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola), estimativas de março, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Embora as novas estimativas confirmem que a safra deste ano será novamente recorde, em comparação com as projeções de fevereiro, a produção variou negativamente 0,6%.
As estimativas da área a ser colhida, de 58,4 milhões de hectares, em contrapartida apresentaram crescimento de 1,1% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares), embora tenha retraído 18.742 hectares em relação às previsões de fevereiro.
Mais uma vez, confirmando as estimativas anteriores, os três principais produtos previstos para serem colhidos são o arroz, milho e soja, que, somados, representaram 93% de toda a estimativa de produção e responderam por 86,9% da área a ser colhida.
Em relação a 2015, houve acréscimo de 3,1% na área da soja e de 0,4% na área do milho. Já na área de arroz, houve redução de 7,9%. Quanto à produção, houve aumento de 3,2% para a soja e redução de 7,8% para o arroz e de 2,2% para o milho.
Regionalmente, os números não diferem nesta terceira estimativa dos cálculos de fevereiro: a região Centro-Oeste responderá por 42,9% da produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas, o que equivale a 90 milhões de toneladas; o Sul por 35,8% do total (75,2 milhões de toneladas); o Sudeste por 9,9% (20,8 milhões de toneladas); a região Nordeste por 8,1% (17 milhões de toneladas); e o Norte produzirá 7 milhões de toneladas.
O IBGE ressaltou, ainda, que, na comparação com a safra passada, foram constatados incrementos de 2,1% na produção da região Nordeste, de 7,7% no Sudeste e de 0,2% no Centro-Oeste. Na região Norte, haverá redução de 9,2% da produção, e no Sul, de 1,1%.
Previsão para o País é de crescimento de 0,6%
A produção brasileira de grãos deve chegar ao recorde de 209 milhões de toneladas, o que representa aumento de 0,6% em relação à safra passada. Os números foram anunciados ontem pelo diretor de Política Agrícola da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), João Marcelo Intini e pelo secretário interino de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcelo Cabral, em Brasília.
O grande destaque continua sendo a soja, que deve atingir 98,9 milhões de toneladas (2,9 milhões a mais do que no ciclo anterior). Isto se deve ao aumento de 3,2% da área plantada. A produção do milho primeira safra reduziu 8,5%, com estimativa de 27,5 milhões de toneladas, mas o da segunda safra cresceu 4,7% e deve alcançar 57,1 milhões. No balanço total da produção de milho, verifica-se que a colheita é semelhante à da safra 2014/2015 e deve atingir 84,7 milhões de toneladas.
O feijão primeira safra recuperou a produtividade. O reflexo disso está no incremento de 62,6 mil toneladas. A produção deve chegar a 1,2 milhão de toneladas, apesar da queda na área plantada. No caso do arroz, houve uma quebra de 10,2%. Os motivos estão na área de menor plantio e no excesso de chuvas no sul do país.
O 7° levantamento da Conab aponta também que a área plantada deve alcançar 58,5 milhões de hectares, crescimento de 0,8% em relação à última safra. A soja é responsável por mais de 56% da área cultivada do país, com previsão de crescer 1 milhão de hectares.
Em relação à estimava do mês passado, a safra sofreu uma redução de 0,6% por causa de problemas climáticos na fase final das culturas. O principal motivo é a soja, que sofreu com a seca, sobretudo no Matopiba – região que compreende partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A queda em relação ao levantamento de março é de cerca de 2,2 milhões de toneladas.