O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (8), a projeção do órgão para a safra de grãos 2020/21. Segundo os dados a produção brasileira deve atingir 264,9 milhões de toneladas, 4,2% ou 10,7 milhões de toneladas acima da obtida em 2020 (254,1 milhões de toneladas). A projeção de março é 0,7% maior do que a em fevereiro, com 1,7 milhão de toneladas a mais.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta que a área a ser colhida é de 67,7 milhões de hectares, sendo 3,5% (2,3 milhões de hectares) maior que a de 2020 e 1,1% (766,4 mil hectares) maior que o previsto no mês anterior.
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, representam, somados, 92,9% da estimativa da produção e ocupam 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2020, houve acréscimos de 5,1% na área do milho (3,0% na primeira safra e 5,9% na segunda) e de 4,1% na área da soja. Mas houve declínios na área do algodão herbáceo (-12,0%) e na do arroz (-0,1%).
Desempenho dos grãos
Para a soja, a estimativa de produção bateu um novo recorde: 131,8 milhões de toneladas, com alta de 8,5% frente a 2020. Em março, houve ajustes nas estimativas de produção em vários estados, destacando-se os crescimentos de 1,8% no Mato Grosso, de 2,2% em Goiás, de 1,2% na Bahia, de 2,8% em Minas Gerais, de 0,7% no Rio Grande do Sul e de 14,2% no Pará. A safra gaúcha se recupera dos problemas causados pela estiagem em 2020 e está crescendo 74,0%, voltando a patamares normais. Alguns importantes produtores apresentam queda no rendimento médio das lavouras, devido a questões climáticas, como é o caso do Mato Grosso (-3,6%), Paraná (-5,0%), Goiás (-4,0%) e São Paulo (-5,4%).
Para o milho, espera-se queda de 0,2% na produção (menos 4,4% na primeira safra e mais 1,3% na segunda), ficando em 103,0 milhões de toneladas. Na 1ª safra a produção foi estimada em 25,4 milhões de toneladas. As quedas mais intensas foram observadas em Goiás (-5,9%), Distrito Federal (-11,1%), Santa Catarina (-20,3%), Rio Grande do Norte (-9,6%), Paraná (-3,1%), e Mato Grosso do Sul (-3,3%). Em relação a 2020 houve retração de 7,1% no rendimento médio (5.048 kg/ha).
Para a 2ª safra, a estimativa da produção foi de 77,6 milhões de toneladas. Os maiores produtores do milho 2ª safra, em 2021, devem ser o Mato Grosso, com 33,2 milhões de toneladas e participação de 42,7% no total nacional; o Paraná, com 13,4 milhões de toneladas e participação de 17,2% no total nacional. O Mato Grosso do Sul, com uma produção de 10,0 milhões de toneladas, e Goiás, com 9,7 milhões de toneladas, devem participar com 12,9% e 12,4% da produção nacional, respectivamente.
Para o arroz são estimadas 11,1 milhões de toneladas, alta de 0,2%. Essa produção deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro. O Rio Grande do Sul é responsável por 70,3% da produção nacional e deve produzir 7,7 milhões de toneladas, aumento de 1,3% em relação ao mês anterior, mas queda de 0,8% em relação a 2020. Já a produção catarinense, de 1,2 milhão de toneladas, deve declinar 4,8% em relação a 2020.
No feijão devem ser 3,0 milhões de toneladas, estimativa 2,6% maior que a de fevereiro. A área a ser colhida, de 2,8 milhões de hectares, aumentou 2,5 % e o rendimento médio, de 1.094 kg/ha, aumentou 0,1% no mês. Paraná (24,7%), Minas Gerais (18,4%), Goiás (10,6%), Mato Grosso (7,7%), São Paulo (6,9%), Bahia (6,6%) e Ceará (3,9%) têm a maior participação nesta produção.
A 1ª safra de feijão, que responde por 41,4% da produção, foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, alta de 0,8% frente à estimativa de fevereiro. A 2ª safra de feijão, que responde por 40,0% do total, foi estimada em 1,2 milhão 210,7 mil toneladas, aumento de 5,0% frente à estimativa de fevereiro. Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 563,0 mil toneladas, com aumento de 1,7% frente à previsão anterior.
Por regiões
Por região o Centro-Oeste lidera a safra com participação de 45,5%. Em segundo lugar está a região Sul, com 31,4%. Na sequência está o Sudeste (10,1%), Nordeste (8,8%) e Norte (4,2%). Por Estado o Mato Grosso lidera, com uma participação de 27,2%, seguido pelo Paraná (15,8%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (9,7%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (6,4%), que, somados, representaram 80,7% do total nacional.
Cereais de inverno
Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A estimativa da produção do trigo foi de 7,3 milhões de toneladas, crescimento de 16,9% em relação ao ano anterior, com o rendimento médio devendo aumentar 17,6%.
A região Sul deve responder por 88,9% da produção tritícola nacional em 2021. No Paraná, maior produtor (51,4% do total), a produção foi estimada em 3,7 milhões de toneladas, com alta de 19,7% frente a 2020. O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor (35,4% do total), deve produzir 2,6 milhões de toneladas, crescimento de 22,1%.
A estimativa da produção da aveia foi de 994,9 mil toneladas, crescimento de 7,5% frente a 2020. Rio Grande do Sul e Paraná, maiores produtores brasileiros do cereal, estimam produzir 740,5 mil toneladas e 186,7 mil toneladas, respectivamente.
Para a cevada, a estimativa encontra-se em 428,4 mil toneladas, aumento de 7,9% em relação ao mês anterior, e crescimento de 13,1% em relação ao ano anterior. Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 303,6 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 111,1 mil toneladas, que somados representam 96,8% do total nacional.
Fonte: Agrolink
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