Os produtores de trigo enfrentam dificuldades para comercializar o grão. A indústria argumenta que boa parte do produto não tem a qualidade necessária, por isso importa. Para completar o cenário difícil, a nova classificação do trigo entra em vigor no ano que vem.
Já os pesquisadores trabalham em cultivares que atendam a todas essas demandas. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) lançou o IPR Catuara TM, como alternativa de trigo melhorador.
A variedade faz jus ao nome: catuara na língua indígena significa espiga bem desenvolvida. Foram 12 anos de pesquisas e testes. A promessa do novo trigo do Iapar é alta produtividade, ou seja, mais de quatro mil quilos por hectare, quase o dobro da média do Estado. Mas, segundo o pesquisador Carlos Roberto Riedi, é preciso atenção no manejo.
– Essa é uma cultivar que tem uma tolerância ao alumínio do solo muito boa, então ela pode ser plantada em solos mais fracos. O produtor vai ter que cuidar um pouco com a questão do acamamento, não colocar nitrogênio muito alto, cuidar do aspecto da sanidade, com as principais doenças, como doenças de vírus, no caso – explica.
Desenvolvida em parceria com a Fundação Meridional, a variedade é precoce, com colheita prevista para 115 dias, em média e está classificada como trigo melhorador, o mais procurado pela indústria e, cada vez mais, pelos agricultores.
A nova classificação para o trigo no Brasil está prevista pra entrar em vigor em julho do ano que vem. A lei foi adiada em um ano, entre outros fatores, porque muitos agricultores argumentaram que não haveria variedade nem volume de sementes suficientes para atender às novas exigências. A Federação da Agricultura do Paraná está percorrendo o Estado nas principais regiões produtoras levando informações sobre o assunto. A nova cultivar do Iapar deve estar disponível em escala comercial a partir de 2013.
O IPR Catuara é indicado para o Paraná e Mato Grosso do Sul. Outros testes devem confirmar a variedade também para São Paulo e Santa Catarina, a partir do próximo ano. Os grãos de cor escura e textura dura estão ligados à qualidade.
– Ela deve atender muito bem à questão da comercialização porque além da qualidade ela tem uma característica que é a resistência à germinação da espiga, é outro fator importante que ajuda a proteger a qualidade da variedade, Nós acreditamos que essa é uma contribuição. A Catuara TM é descendente da IPR 85, variedade nossa lançada há 10 anos e muito cultivada e também de qualidade excelente – ressalta Riedi.
Fonte: Canal Rural
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