14
set
2010
IAPAR lança nota técnica sobre controle da erosão em Sistema de Plantio Direto

""A eliminação dos terraços construídos para retenção de água em áreas de cultivo conduzidos em sistema de plantio direto (SPD) está trazendo consequências desastrosas ao solo paranaense. Para tentar reverter o mau uso do solo, o IAPAR acaba de lançar nota técnica recomendando a manutenção do terraceamento em Sistema de Plantio Direto (SPD). O terraceamento é uma das práticas mecânicas mais antigas e eficientes no controle da erosão que provoca a perda do solo., que consiste em interromper o fluxo da enxurrada com estruturas de terra construídas em nível.

Atualmente, o Paraná tem cerca de 5,7 milhões de hectares em plantio direto - isso significa mais de 80% de área agricultável do estado. A técnica foi adotada no estado na década de 70 e contribui para a redução da erosão no solo. De acordo com o diretor técnico-científico, Arnaldo Colozzi, de uns 5 anos para cá, os produtores passaram a eliminar os terraços e curvas de nível em áreas onde já estava implantado o sistema de plantio direto.

Com a eliminação dos terraços, acrescenta Colozzi, houve um processo acentuado de erosão, principalmente em áreas com maior declividade. Isso foi percebido com a ocorrência de chuvas intensas em algumas regiões nos últimos anos expondo novamente a agricultura paranaense a perdas de solo.

A nota técnica publicada pelo IAPAR foi elaborada por um grupo de pesquisadores que realizaram um estudo simulando perdas de solo utilizando as recomendações de espaçamento entre terraços já publicadas pelo Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR e pelo Instituto Agronômico de Campinas-IAC. No estudo, os pesquisadores comparam as perdas de solo em SPD e em situação de plantio convencional, em condições de alta e baixa erosividade(quantidade de chuva). "O estudo chegou a conclusão de que os terraços devem ser mantidos em sistema de plantio direto, pois esta é uma prática eficiente no controle da erosão”, afirmou Colozzi.

A pesquisadora do IAPAR, Graziela Moraes de Cesare Barbosa, salienta que os terraços atuam como barreira para segurar o solo e a água, evitando assim a erosão. “O fato do plantio direto ser bastante eficiente levou o agricultor a pensar que não seriam necessários os terraços, mas o estudo reafirma a necessidade”, complementa Gaziela. Segundo ela, outro aspecto que estaria levando os produtores a retirarem os terraços, é o fato de que eles dificultam o trabalho com maquinários.

O assunto foi discutido no mês passado num seminário promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) e representantes do IAPAR, Emater, Codapar, Sanepar, Faep, Senar, Associação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, Associação dos Técnicos Agrícolas do Paraná, universidades estaduais de Ponta Grossa, Guarapuava e Federal do Paraná, além da Promotoria do Meio Ambiente.

De acordo com Arnaldo Colozzi, o IAPAR tem a intenção de elaborar um projeto com dados regionais para atualizar as informações sobre qual o melhor espaçamento em plantio direto para cada condição de solo e de produção. Essas informações irão possibilitar que o instituto apresente critérios para a definição de qualidade do plantio direto para todo o Estado do Paraná, considerando que seus efeitos diferem em cada região.

O diretor-presidente do IAPAR, José Augusto Teixeira de Freitas Picheth, salienta que o agropecuária do estado do Paraná passou por diversas fases e uma das mais importantes foi em termos de consevação de solo, com o sistema de plantio direto. “O advento do plantio direto demonstra por si só a importância da agricultura no estado e consolida, desta forma, uma revolução no campo. É muito importante que os agricultores sigam as recomendações”, afirma Picheth.

VEJA RECOMENDAÇÕES

1 – Os terraços devem ser mantidos em Sistema de Plantio Direto, pois é uma prática eficiente para controle da erosão, principalmente em anos com maior erosividade.
2 – A prática de remover um terraço a cada dois em Sistema de Plantio Direto não é recomendada para culturas anuais.
3- As recomendações de espaçamento entre terraços do IAPAR e do IAC apresentam perdas do solo próximas entre si para todos os cenários analisados.
4- As áreas agrícolas sistematizadas com terraços espaçados entre si segundo recomendação do IAPAR podem ser mantidas.
5- As áreas agrícolas onde serão construídos terraços podem utilizar tanto a recomendação de espaçamento entre terraços do IAPAR quanto do IAC.

Fonte: Assessoria de Imprensa do IAPAR Volte para a Listagem
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