01
nov
2018
Horário de verão aumenta a produtividade no campo

O horário de verão de 2018 inicia na primeira hora deste domingo (4). À meia-noite, os moradores de 10 estados e do Distrito Federal devem adiantar o relógio em uma hora. O horário adiantado em uma hora em relação ao horário normal ficará em vigor até a meia noite do dia 15 de fevereiro de 2019. O ajuste vale para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal). Com o ajuste nos relógios, os produtores rurais conseguem estender a sua rotina de trabalho e principalmente para aqueles que têm objetivo de plantar ou colher em sua propriedade, pois o dia na percepção do ser humano dura um pouco mais, favorecendo ao produtor, o que nem sempre acontece na zona urbana.

Diante disso, na zona rural o inicio do horário de verão faz com que os trabalhadores do campo passem a ter uma maior produtividade, com o aumento de 1 hora do sol, e também possa gerar um aumento de renda para os colaboradores de fazendas, que podem estender seu horário até às 20 horas, horário que relativamente acontece o pôr do sol. O gestor administrativo especialista em finanças e produtor rural, Frederico Victor Franco, ressalta que é preciso respeitar as leis trabalhistas e horas de descanso do trabalhador rural, para evitar questões e ocorrências trabalhistas futuras.

Frederico acrescenta que, na bovinocultura, é importante lembrar que os bovinos são animais de hábitos e rotinas, e a luz do dia é uma referência. Assim sendo, se ocorrem mudanças bruscas ou inesperadas na rotina do animal, como a mudança do horário de alimentação no horário de verão devido à mudança da rotina do tratador, isto vai gerar o estresse no bovino e consequentemente a perda de peso na carcaça e desempenho. Já na produção de leite, as vacas leiteiras por serem mais sensíveis e ter um ritmo regrado da ordenha em duas vezes por dia, sendo ela feita pela manhã e pela tarde, a mudança de horário vai ocasionar a de produtividade de até 14% em comparação a produção normal.

Para minimizar as perdas é necessário que o produtor encaixe o tempo dessa mudança gradativamente. No horário tradicional a ordenha ocorre às 5h, já no horário de verão ela deverá ser feita às 6h no primeiro dia. No segundo dia em diante, vai diminuindo os horários sendo as 5h50, 5h40, até chegar às 5h novamente, mas sempre acompanhando se o animal não está perdendo produtividade. O mesmo deve ser feito na ordenha da tarde e também na alimentação, e quando finalizar o horário de verão, realizar da mesma maneira a alteração gradativa dos horários até a adaptação do animal.

Nas granjas, o horário de verão exige um cuidado maior também, pois para manter a média de produção diária, é preciso de maneira urgente adaptar a mudança no relógio ao horário biológico das galinhas. Todavia, como o horário de trabalho muda, os colaboradores devem ter atenção nos cochos, principalmente para não faltar água e ração e consequentemente ocorrer à morte o animal ou perda de produção.

O horário de verão já não é tão eficaz na economia de energia devido à mudança no perfil do consumo da população brasileira. No passado, as pessoas e empresas encerravam suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, e atualmente as pessoas possuem o horário de trabalho mais flexível que facilitam a mudança. Outro fator que diminui a eficácia é o aumento de o uso de eletrodomésticos e equipamentos, como o ar-condicionado devido à alta temperatura no período, que também afeta diretamente no aumento de consumo de energia.

Para o produtor rural, a mudança não afeta as contas de energia pelo fato do mesmo ter que adaptar sua produção e seus meios produtivos ao horário, o que mantem o consumo de maneira uniforme ou até mesmo maior, devido em alguns casos o mesmo estender o horário de trabalho de máquinas e equipamentos.

De acordo com balanço do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a economia em 2013 no Brasil foi de  R$ 405 milhões, ou 2.565 megawatts (MW), já em 2016 para R$147,5 milhões , queda de 63,5% na economia de energia em relação À 2013, sendo já uma economia muito abaixo do esperado. Assunto que foi analisado pelo governo em 2017, mas o horário de verão deverá ser mantido para os próximos anos devido ao aumento do faturamento no comércio e no turismo neste período.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia as regiões Norte e Nordeste não adotam o horário de verão, porque a hora adiantada é mais eficaz nas regiões mais distantes da Linha do Equador, onde há uma diferença mais significativa na luminosidade do dia entre o verão e o inverno.

Fonte: Agrolink

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