Especialistas apontam que não há motivos para pânico com relação à incidência de lagartas nas lavouras do Estado
Diferente do que se tem notícia em outros estados produtores de milho e soja, a população de lagartas da espécie helicoverpa nas lavouras paranaenses nesta safra de verão está sob controle. A afirmação é do diretor de defesa agropecuária da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Adriano Riesemberg. Ele completa que está havendo um "terrorismo" em relação à propagação da praga pelo País.
Na opinião dele, o grau de infestação não é tão alarmante como está sendo colocado. "Nos três estados que compõem o Sul do País, por exemplo, as lagartas não têm causado prejuízos aos produtores", comemora o especialista.
Riesemberg observa que o único estado com risco iminente de grandes perdas com as lagartas é a Bahia, que contabilizou prejuízos com a praga principalmente na safra 2012/13. Contudo, o especialista salienta que muitas regiões registraram status de emergência sem realmente necessitar. "No caso do Paraná, essa praga ainda não mereceu a atenção da Adapar", completa.
Mesmo sem o risco de infestação com a helicoverpa nas lavouras paranaenses, o diretor da Adapar ressalta que o programa De olho na praga, criado pelo governo do Estado para monitorar a presença das lagartas, tem ajudado a manter a tranquilidade das autoridades sanitárias do Paraná. O que Riesemberg recomenda é que os produtores realizem constantemente o monitoramento da lavoura para identificar o início das infestações.
Maurício Okimura, produtor de soja no distrito de Paiquerê, na Região Metropolitana de Londrina, afirma que nesta safra teve problemas com a praga somente durante o plantio. "Estamos aprendendo a trabalhar e a conviver com esta praga, como ocorreu com a ferrugem da soja", lembra o agricultor. Ele associa o fato de sua propriedade estar livre das lagartas ao intenso trabalho de manejo.
Samuel Roggia, pesquisador da Embrapa Soja, explica que a helicoverpa possui grande potencial de destruição da lavoura, mas não está fora de controle. "É possível manejá-la, já que ela não deverá dizimar a agricultura", observa. Roggia reforça que se o produtor deixar de fazer o controle por meio de técnicas recomendadas, a exemplo do Manejo Integrado de Pragas (MIP), a situação deverá ficar mais grave.
Safra
O Paraná destinou para esta safra de soja uma área de 4,9 milhões de hectares, 5% a mais se comparado ao ciclo anterior, quando foram destinados para a oleaginosa 4,68 milhões de hectares. Em volume, o Estado deve chegar a produzir, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), 16,48 milhões de toneladas, 4% a mais em comparação ao ciclo 2012/13.
Já a produção de milho deve ficar 21% abaixo se comparada à safra 2012/13, quando o Estado chegou a produzir, naquele período, 7,15 milhões de toneladas. Uma das justificativas desta queda se deve à redução de 24% na área plantada. Ao todo, a área destinada para para o milho verão não chegou a 700 mil hectares no Paraná.
Ricardo Maia
Fonte: Folha Web
Volte para a Listagem