O setor agropecuário terá R$ 10 bilhões em financiamento de pré-custeio na safra 2016/2017. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (28) pelo ministro Nelson Barbosa (Fazenda) durante a 44ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). No início de janeiro, a ministra Kátia Abreu (Agricultura), que também participa do Conselho, já havia antecipado esse dinheiro.
Os recursos para pré-custeio do setor agrícola fazem parte de um conjunto de medidas anunciadas hoje pelo governo federal que, juntas, somam R$ 83 bilhões em crédito. O objetivo é estabilizar a economia e recuperar o crescimento e o emprego. Durante a reunião do Conselho, a ministra falou sobre os bons resultados do agronegócio e as perspectivas para 2016.
Com acesso ao pré-custeio, os produtores terão maior capacidade de planejamento, uma vez que poderão começar a comprar insumos já no início deste ano, antes da próxima safra.
Kátia Abreu comemorou a medida e afirmou que os maiores beneficiados serão os agricultores, que continuarão confiando e investindo no setor.
“A reserva de R$ 10 bilhões do pré-custeio certamente vai deslanchar melhor o crédito agrícola a partir do início do ano. Em junho, quando anunciarmos o Plano Agrícola e Pecuário, o crédito já estará fluindo normalmente”, afirmou a ministra durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, após reunião do CDES.
A ministra disse ainda que a demanda por crédito no setor agrícola tem sido crescente. De julho a dezembro do ano passado, houve aumento de 20% no volume contratado para custeio em relação ao mesmo período de 2014, totalizando R$ 51,2 bilhões.
“Tudo o que é ofertado de custeio é tomado pelos produtores. Não há receio em relação à demanda por crédito na agricultura”, ressaltou.
Kátia Abreu ponderou que houve recuo de crédito apenas no investimento, por causa da diminuição da demanda por parte dos produtores, que ampliaram seus investimentos nas safras passadas por meio de programas de incentivo, como o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI).
“Todos nós sabemos que os produtores compraram muitas máquinas nos anos anteriores. Diante de um ano de ajustes fiscais, é natural que agora recuem em investimentos”, explicou.