06
nov
2013
Governo não sabe o que quer e prejudica o trigo do PR e RS
Um exemplo clássico da falta de sintonia nas decisões do governo federal sobre a agricultura nacional teve como cenário a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Convidados pelo Ministro da Agricultura, o mineiro Antônio Andrade, para discutir uma política agrícola dedicada ao trigo, os presidentes da FAEP, Ágide Meneguette e Carlos Sperotto, presidente da Farsul, já haviam sido surpreendidos com uma inesperada notícia. Num prédio vizinho, a CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) acabara de aprovar uma nova prorrogação para importação de 600 mil toneladas de trigo, sem imposto – é a terceira vez este ano que o governo dá essa pancada nos triticultores. De janeiro a setembro, 5,2 milhões de toneladas de trigo foram importadas pelo Brasil
“Fui voto vencido na Camex”, confessou o ministro Andrade na reunião com os representantes dos produtores paranaenses e gaúchos. Esse órgão é composto pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; a Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann; Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo ; Fazenda, Guido Mantega; Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade; Planejamento, Miriam Belchior e Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
A justificativa? Controle da inflação
“Mais uma vez o governo usa o produtor rural para tentar deter a inflação, em vez de cortar suas despesas”, afirmou Ágide. De fato, o descontrole das contas fez o Tesouro Nacional registrar um déficit de R$ 10,5 bilhões em setembro, no pior resultado desde o início da série histórica, em 1997.
Presidente da Comissão Técnica de Cereais da FAEP, Ivo Arnt, que acompanhou os presidentes das entidades na reunião com o ministro da Agricultura, se decepcionou. “O Paraná acabou de colher a safra de trigo, a maior parte atingida pelas geadas, e o Rio Grande começou a sua colheita. Essa importação foi um soco no estômago do produtor e atingiu diretamente o mercado”, disse. Com navios desembarcando as importações promovidas pelo governo federal em setembro passado e com essa nova decisão de Brasília, os preços são afetados.
Uma das soluções está sendo negociada com o governo: destinar essas novas 600 mil toneladas de trigo sem tarifas de importação para o Nordeste. O que faria o mercado reagir a um nível satisfatório no resto do país.
Política
No encontro com o ministro da Agricultura, os presidentes da FAEP e Farsul defenderam que o governo federal decida afinal o que deseja com trigo nacional. É ou não para paranaenses e gaúchos, responsáveis pela produção brasileira (1,8 mil toneladas e 2,0 mil toneladas, respectivamente) optarem pela triticultura. Qual a política? Haverá garantias de preços mínimos? Seguro adequado? A pressão de moinhos e a importação de trigo argentino (na verdade americano com passagem pelo vizinho) serão suportadas? Tanto a FAEP como a Farsul tem propostas claras e objetivas para o trigo. Até agora Brasília se finge de surda e quando fala, prejudica.
“Fui voto vencido na Camex”, confessou o ministro Andrade na reunião com os representantes dos produtores paranaenses e gaúchos. Esse órgão é composto pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; a Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann; Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo ; Fazenda, Guido Mantega; Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade; Planejamento, Miriam Belchior e Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
A justificativa? Controle da inflação
“Mais uma vez o governo usa o produtor rural para tentar deter a inflação, em vez de cortar suas despesas”, afirmou Ágide. De fato, o descontrole das contas fez o Tesouro Nacional registrar um déficit de R$ 10,5 bilhões em setembro, no pior resultado desde o início da série histórica, em 1997.
Presidente da Comissão Técnica de Cereais da FAEP, Ivo Arnt, que acompanhou os presidentes das entidades na reunião com o ministro da Agricultura, se decepcionou. “O Paraná acabou de colher a safra de trigo, a maior parte atingida pelas geadas, e o Rio Grande começou a sua colheita. Essa importação foi um soco no estômago do produtor e atingiu diretamente o mercado”, disse. Com navios desembarcando as importações promovidas pelo governo federal em setembro passado e com essa nova decisão de Brasília, os preços são afetados.
Uma das soluções está sendo negociada com o governo: destinar essas novas 600 mil toneladas de trigo sem tarifas de importação para o Nordeste. O que faria o mercado reagir a um nível satisfatório no resto do país.
Política
No encontro com o ministro da Agricultura, os presidentes da FAEP e Farsul defenderam que o governo federal decida afinal o que deseja com trigo nacional. É ou não para paranaenses e gaúchos, responsáveis pela produção brasileira (1,8 mil toneladas e 2,0 mil toneladas, respectivamente) optarem pela triticultura. Qual a política? Haverá garantias de preços mínimos? Seguro adequado? A pressão de moinhos e a importação de trigo argentino (na verdade americano com passagem pelo vizinho) serão suportadas? Tanto a FAEP como a Farsul tem propostas claras e objetivas para o trigo. Até agora Brasília se finge de surda e quando fala, prejudica.
Fonte: Faep (Federação da Agricultura do Paraná)