Diferente de outras regiões produtoras do país onde a seca gerou perdas pontuais, os produtores de Abelardo Luz, em Santa Catarina, torcem diariamente para que o sol tome o lugar das chuvas. O motivo de tamanho desespero está no alto índice de ferrugem asiática em função do clima úmido e quente, constatou a equipe da Expedição Safra que percorre o estado catarinense e o Rio Grande do Sul. A doença tem comprometido parte da produção de sementes de soja do município, considerado a capital nacional da semente de oleaginosa.
"O ataque é geral. A colheita vai começar daqui uns 20 dias e precisamos de sol a todo custo", contextualiza Ericson Pellegrin, agrônomo da Cooperfertil.
Os 220 associados da cooperativa dedicaram 6 mil hectares para a oleaginosa na atual safra, sendo 4 mil hectares apenas para produção de semente. A matéria prima da região, com a marca própria da cooperativa é comercializada para o Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e o próprio estado de Santa Catarina.
Produtor de soja há 31 anos, desde que assumiu as terras do pai, Eder Pellegrin relata nunca ter visto uma incidência de ferrugem asiática tão grande. "Há áreas com 10% de perdas já", diz.
Além do reflexo que será sentido na hora da colheita, Pellegrin já contabiliza alta no custo de produção. Segundo ele, o maior número de aplicações por conta da doença elevou em R$ 200 o custo por hectare, passando para R$ 1,2 mil/ha. "Problema que está difícil até para aplicar, pois a chuva não dá trégua", aponta.
Fonte: Gazeta do Povo
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